Com graduação e mestrado em Ciências da Computação no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG), Tiago Moura estudou no DCC de 2008 a 2014, sempre orientado pelo professor Clodoveu Davis. Apesar de ter a expectativa inicial de emendar o doutorado, ao final do mestrado partiu para o empreendedorismo e não colocou em prática a linha acadêmica. Ainda que um pouco perdido no início, com 18 anos, sem saber se a Ciência da Computação era o que desejava para o futuro profissional, logo foi pego pela paixão pela área. “O final do meu mestrado foi um pouco tumultuado, com a sobreposição do empreendedorismo, mas deu certo. Sempre trabalhei com o professor Clodoveu, desde a graduação, e foi um tempo muito bom, fizemos muitas coisas legais. Entrei de “gaiato” no curso, sem saber se estava na área certa, acho que é natural da idade, mas me apaixonei de cara. O DCC foi muito importante para mim, vivi a Ciência da Computação, me desenvolvi e me apaixonei pela área”, relatou.
No período em que esteve no Departamento, Tiago disse ter aprendido muito com os colegas e com os professores que, segundo ele, fazem parte de um grupo seleto de profissionais respeitados no mundo inteiro. “Convivi com professores que são referência no mundo na área, o que talvez na época da graduação não percebia de forma tão clara. Quando fui para o mercado de trabalho, tudo que aprendi, ter contato com problemas complexos desde a graduação, conviver com pessoas incríveis, fez a diferença e construiu uma rede de contatos e conhecimento. Percebi muito claramente a importância desses profissionais e colegas em minha formação e no que sou hoje”, falou.
Os desafios e a alta exigência marcaram o período de estudo do ex-aluno dentro do DCC, principalmente no mestrado. Unindo o trabalho e a pós-graduação, Tiago conta que foi um período muito intenso, mas recompensador. “Esse foi um momento em que todas as caixinhas entraram em seu devido lugar, uma virada de chave na minha cabeça e na minha vida profissional. Consegui exercitar várias áreas da Ciência da Computação e percebi claramente quase tudo que aprendi durante o período em que estive no DCC. Foi muito marcante do ponto de vista de maturidade profissional, já que percebi que conseguiria efetivamente trabalhar no mercado de trabalho com tudo o que havia aprendido dentro do Departamento”, contou.
Tiago sempre quis trabalhar no mercado e lidar com os problemas reais, sendo um tema recorrente nas conversas com o orientador. “Durante os meus estudos, conversava muito com o professor Clodoveu sobre utilizar a tecnologia de ponta que trabalhávamos no laboratório no dia a dia das indústrias. Sempre quis fazer isso, lidar com problemas reais e trazer soluções para as empresas com tudo que aprendi dentro do DCC. É fantástico perceber que tudo que aprendi me possibilitou lidar com uma infinidade de problemas em áreas diferentes. Desde aquela época estamos nessa jornada do empreendedorismo e já passamos por por vários segmentos, como o da indústria, da indústria aeroespacial, da saúde, do direito, enfim, uma infinidade de áreas e tipos de problemas diferentes que estou preparado para lidar devido a todo o conhecimento recebido no DCC”, descreveu.
Desde o mestrado, Tiago trabalha na Hop, empresa que leva soluções com inteligência artificial para vários segmentos. No início, era o responsável pela iniciativa técnica e hoje é o diretor de Tecnologia da empresa. Para o ex-aluno, graças a tudo que aprendeu no DCC conseguiu organizar uma equipe técnica capaz de lidar com diversas tarefas. Paralelo ao lado empreendedor, o ex-estudante tem o amor pela docência, que foi despertado também no período em que esteve no Departamento. “Fiz estágio em docência durante o mestrado e foi uma experiência maravilhosa. Sempre gostei de compartilhar o conhecimento, participar de palestras, mas ao longo do tempo descobri que dar aulas é uma coisa que gosto muito de fazer. Esse meu amor por compartilhar conhecimento já foi, inclusive, reconhecido pela IBM. Faço parte de um grupo de vinte e poucas pessoas no mundo reconhecidas como IBM Lifetime Champion, título vitalício concedido a membros da comunidade que se destacam por contribuir com a expertise técnica em tecnologias fomentadas pela IBM e que variam desde computação em nuvem até inteligência artificial. Criei um curso de pós-graduação voltado para ciência de dados e inteligência artificial em parceria com a UNIBH e, hoje, também leciono disciplinas sobre a jornada de adoção de inteligência artificial na Fundação Dom Cabral, para um público estratégico e gerencial. Formar pessoas é maravilhoso, dar aulas se tornou um prazer e sinto que toda a vivência dentro do Departamento foi fundamental para solidificar este meu gosto. Quando participamos de coisas relevantes e que impactam nas pessoas, temos uma oportunidade maior de compartilhar. Nossa empresa também já recebeu várias premiações e acredito que tudo que conquistamos também é fruto dessa base forte dentro do DCC”, disse.
Tiago também ressalta a alegria de ter escolhido a Ciência da Computação no DCC em 2007, quando prestou o vestibular e ainda não tinha a certeza de que estava certo em sua decisão. “Sou muito feliz pela escolha que fiz e por tudo que alcancei depois. Hoje é a minha profissão, mas é um prazer enorme estudar e ensinar a arte da computação para outras pessoas, além de trazer soluções para fazer o diferencial para a sociedade”, finalizou emocionado.
Segundo o professor Clodoveu, o “negócio” do DCC e do PPGCC é formar pessoas, por intermédio do conhecimento acadêmico e prático, científico e tecnológico, individual e interpessoal. Para ele, a graduação, pós-graduação, pesquisa, publicações e aplicações são apenas, na realidade, subprodutos. “As pessoas que passam por aqui e são modificadas pelo ambiente acadêmico do DCC, é que são os produtos, os verdadeiros resultados do trabalho da Universidade. Tiago foi um dos melhores alunos que orientei, exatamente por seu engajamento dinâmico nesse processo multifacetado. Na graduação, ele começa sendo desafiado a encarar problemas reais e, na pós, passa a não apenas evoluir com sua pesquisa e seu aprendizado, mas influenciar os colegas e produzir resultados que motivam novas questões e, até hoje, geram novos trabalhos. Então há, em nosso Laboratório de Computação Interdisciplinar, heranças do Tiago em várias partes, mas mais importante é perceber sua trajetória e observar como esse período de formação e a sua personalidade o prepararam para desafios muito maiores. Como o doutorado, quem sabe :-)”, contou saudoso.
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