Muito ativo na pesquisa, Marlos C. Machado passou pela graduação e o mestrado, de 2006 a 2013, no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, frequentou vários laboratórios e trabalhou em diversos projetos. “Na graduação fiz iniciação científica com o professor Marcos André Gonçalves, passando bastante tempo no Laboratório de Banco de Dados (LBD), no Laboratório de Tratamento de Informação (LATIN), e no Speed, onde também interagi bastante com os professores Alberto Henrique Frade Laender, Nivio Ziviani, e Wagner Meira Júnior. Durante a graduação, por causa de um projeto de disciplina, também trabalhei em um projeto com o professor Virgílio Augusto Fernandes Almeida. Já no mestrado, fui orientado pelos professores Luiz Chaimowicz e Gisele Lobo Pappa”, contou.
Deste período, Marlos tem diversas memórias marcantes. “Tenho muitas memórias marcantes do DCC, desde histórias com colegas, professores específicos, ou do campeonato de futebol, até as relacionadas ao trabalho. Dito isso, tenho duas memórias marcantes relacionadas ao trabalho: Quando comecei minha graduação, não tinha um computador em casa, então vivia nos laboratórios do DCC, sendo expulso toda noite para que pudessem fechá-lo. Eventualmente isso virou rotina e, até hoje, me lembro disso. Me lembro também de todas as noites que passamos em claro, no DCC ou na casa de alguém, fazendo os trabalhos das disciplinas. O dia certamente não era suficiente para a carga de trabalho que nos era imposta. Me lembro claramente da palestra de boas-vindas que tivemos, quando nos disseram que a diferença entre grafite e diamante era simplesmente a pressão à qual eram submetidos, sendo que o diamante era criado sobre uma pressão muito maior, e que, no DCC, eles criariam diamantes. Certamente a pressão não faltou!”, relatou.
Segundo o ex-aluno, o período em que esteve no departamento foi de muita felicidade. “O DCC foi um lugar onde fui muito feliz, sendo o primeiro lugar no qual senti que tinha encontrado pessoas com uma mentalidade parecida com a minha e um lugar onde fiz amigos de verdade. O DCC me deu exemplos do que poderia aspirar ser, cheio de pessoas que ainda admiro muito. Tenho um imenso carinho pelo DCC e sempre que vou ao Brasil faço questão de passar no departamento para reencontrar os professores que conheço e ainda estão lá”, falou.
Para o ex-estudante, o DCC foi essencial em sua formação técnica, ética e profissional. “A minha graduação em Computação foi muito importante para me dar uma fundação sólida. Essa formação foi o que me permitiu alcançar tudo que alcancei na minha carreira, como trabalhar nas principais empresas de pesquisa do mundo (Microsoft, IBM, Google, DeepMind), e me tornar professor, aqui no Canadá, de uma das principais universidades do mundo. Ao mesmo tempo, a exigência a qual os alunos eram sujeitos, para o bem ou para o mal, acabou fazendo com que eu desenvolvesse uma ética de trabalho na qual me acostumei com a ideia de que com mais esforço e trabalho é sempre possível chegar mais longe. Essa mentalidade foi extremamente útil durante o meu Ph.D”, afirmou.
Marlos recomenda a todos estudar no DCC. “Eu recomendo o DCC para qualquer pessoa do Brasil. Eu adoro falar, aqui no exterior, que o DCC é o melhor Departamento de Computação do Brasil. Para os que já estão no programa, recomendo que aproveitem esse ambiente fantástico e trabalhem duro porque isso valerá a pena no futuro”, aconselhou.
Atualmente, Marlos é professor da Universidade de Alberta, em Edmonton, no Canadá, e também Fellow do Alberta Machine Intelligence Institute (Amii), e Canada CIFAR AI Chair.
Segundo o professor Chaimowicz, Marlos foi um aluno de destaque. “O Marlos foi meu aluno de mestrado entre 2011 e 2013, com coorientação da professora Gisele Pappa. Ele foi um dos nossos melhores alunos de graduação e me procurou interessado em fazer mestrado na área de Inteligência Artificial para jogos. Em sua dissertação, Marlos investigou a modelagem de jogadores usando mecanismos de aprendizado de máquina, trabalho que recebeu menção honrosa em nossa Semana de Seminários de Pós-Graduação. Ele sempre foi um aluno brilhante, muito motivado e pró-ativo. Depois do mestrado, foi fazer doutorado na Universidade de Alberta, no Canadá, um dos principais centros de Inteligência Artificial do mundo. Visitei o Marlos recentemente, em Alberta, onde hoje ele é professor e um dos principais pesquisadores mundiais na área de aprendizado por reforço. Fico feliz de ver um de nossos egressos com uma carreira tão brilhante e muito honrado por ter contribuído em sua formação”, falou orgulhoso.
Para saber mais sobre o Marlos, acesse: X: https://x.com/MarlosCMachado
Página pessoal: https://webdocs.cs.ualberta.ca/~machado/