“A excelência das pessoas é marcante no DCC”, afirma ex-aluno

Márcio Drumond Araújo, iniciou a graduação no Departamento de Ciência da Computação da UFMG em 1990 e terminou o mestrado no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC) em 1997. Entretanto, trabalhou no Centro de Recursos Computacionais (CRC) e no CRIA, iniciativas do DCC, até 1999. Na graduação, foi orientado pelo professor do DCC, hoje aposentado, José Monteiro da Mata, na área de Projetos de Circuitos Integrados. No mestrado, foi orientado pelo professor Nivio Ziviani, professor emérito do DCC, na área de Busca de Informação (Information Retrieval).

Enquanto esteve no DCC, o que mais marcou Márcio foram a qualidade dos professores, a qualidade dos alunos, o foco na qualidade do ensino e na prática da ciência, além dos professores com altíssimo nível de formação. “Como o vestibular era dificílimo, acabava filtrando muito os alunos, geralmente aqueles que já eram muito bons desde o Ensino Médio. No DCC, sempre havia trabalhos e exercícios bem desafiadores, fora a bibliografia também de excelente qualidade. Na prática da ciência, os trabalhos de pesquisa tinham de ser executados com rigor científico. Tudo isso foi fundamental para minha formação, incluindo no processo de entendimento de como é trabalhar com ciência e como se desenvolve o raciocínio científico. O DCC representou uma pedra fundamental na minha formação e carreira profissional, que posso chamar de bem-sucedida. Hoje, o departamento representa excelência em educação, ciência e empreendedorismo em Ciência da Computação”, afirmou.

Segundo Márcio, o DCC foi fundamental para que formasse um pensamento crítico e científico, além da solidificação do conhecimento em Ciência da Computação, desde a teoria com sua fundamentação matemática, até a prática. “Em toda minha carreira, ficou notório para mim como uma formação sólida, inclusive em fundamentos da Ciência da Computação, faz a diferença. São conhecimentos perenes que não envelhecem e que permitem nos manter conhecedores de uma maneira muito mais embasada, mesmo quando surgem novas tecnologias que fazem a diferença em cada momento da história. Também na minha vida pessoal, o departamento contribuiu de forma fundamental para a solidificação do pensamento científico. Pode parecer estranho dizer isso, mas ter um pensamento científico te ajuda em praticamente todas as dimensões da vida. Quer um exemplo? Basta ver o que aconteceu na pandemia. Inúmeras pessoas compraram discursos ideológicos a respeito de assuntos técnico-científicos. Ou seja, acreditaram em afirmações falsas. E isso pode até ser fatal, a exemplo do descrédito em vacinas que políticos criaram. Com um raciocínio científico sólido, você consegue validar ou falsear afirmações com base em fatos e dados. Pessoas que não sabiam fazer isso morreram ou mesmo causaram a morte de entes amados”, descreveu.

Já na vida profissional, Araújo não sabe dizer onde estaria se não tivesse passado pelo DCC, mas imagina que não teria chegado onde está. “Imagino que teria dado meu jeito se eu não tivesse passado pelo departamento, mas certamente não teria atingido o que atingi estando na Ciência da Computação. Posso me considerar um privilegiado. Em vários momentos da minha vida estava no lugar certo na hora certa. Mas isso não é suficiente para garantir o sucesso se você não for um profissional com competência. E na dimensão da competência em Ciência da Computação, foi o DCC que trouxe a maior contribuição na minha carreira sem sombra de dúvida. Definitivamente não estaria onde estou se não fosse o DCC. Talvez seria até bem-sucedido como sou hoje, mas noutras searas. Poderia até estar na área da Ciência da Computação e em TI em geral, mas provavelmente não teria conquistado o que conquistei”, garantiu.

Márcio teve nove anos de história no DCC, sete como estudante e cinco como profissional, tendo levado três anos para finalizar o mestrado. Segundo o ex-aluno, demorou um pouco mais para finalizar esta etapa devido ao trabalho no CRC e no CRIA, mas não se arrepende, pois teve muito ganho nesta época. “Nesse tempo todo no DCC passei por vários perrengues. Provas sem muito tempo para estudar, listas de exercícios com alguns deles impossíveis de fazer, artigos a submeter com tempo curtíssimo e por aí vai. Mas, nesse período, passei por dois perrengues que se destacam. Um logo no primeiro período, quando recebemos a incumbência de usar um livro em inglês durante todo o período. Eu não tinha noção de que boa parte da bibliografia do curso era em inglês. Simplesmente não sabia nada de inglês. Enfim, tive de me virar nos 30, aliás nos 18 (risos).O outro perrengue marcante foi no último período. Meu orientador de monografia, o professor José Monteiro da Mata, era rigorosíssimo com os textos que escrevia. Ele nunca dava a receita de bolo, mas apenas algumas poucas dicas de como deveria escrever para que minha proposta de monografia ficasse boa. Resultado? Sete versões da proposta de monografia até chegar em um ponto que, para ele,era satisfatório. Detalhe, a proposta tinha de ter apenas uma página de texto”, contou sorrindo.

Para Márcio, a excelência das pessoas foi marcante no período que esteve no DCC. “A competência dos professores e também, sendo justo, dos funcionários foi marcante. O departamento, talvez não seja muito elegante dizer isto, mas não posso deixar de dizer: é uma pérola dentro da UFMG. É um departamento com DNA de ciência aplicada e de empreendedorismo. O DCC é um exemplo de como um departamento de uma universidade pode buscar falar com a iniciativa privada, ser referência e ser bem-sucedido nisso. Hoje tenho uma consultoria própria para atender à camada de C-level de empresas que estão saindo de um estágio de gestão mais familiar para um de gestão profissional, sendo o sócio-proprietário da AnniaTech”, disse.

Segundo o coordenador técnico de TI do CRC, Murilo Silva Monteiro, o Márcio foi um excelente estagiário. “Drumond foi estagiário do CRC de 94 a 99, sempre muito dedicado, comprometido com o estágio e muito inteligente. Ele e outros estagiários foram convidados para trabalhar no UOL, recém-criado, e o Márcio ficou lá por uns 20 anos, saindo para empreender. Desde que saiu do DCC, infelizmente não o encontrei mais. Espero que, em breve, vá nos visitar para tomarmos um cafezinho juntos”, falou.

Para saber mais sobre o Márcio, acesse o linkedin https://www.linkedin.com/in/marciodrumond 

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