“Entrei no DCC/UFMG com o inglês quase zero e, quando saí, defendi o mestrado em inglês. Algo que você não vê ser possível em todo Departamento de Computação do Brasil”, afirma ex-aluno

Nascido em Divinópolis, Felipe Moraes sempre estudou em escola pública. Como não tinha uma base forte em inglês, passou por alguns “perrengues” logo que chegou para fazer a graduação no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG), onde também cursou o mestrado. “A minha base em inglês não era forte. Na graduação, lembro de ter passado por professores onde o livro texto era só inglês e isso adicionou uma dificuldade maior ao meu aprendizado. Entrei no DCC/UFMG com o inglês quase zero e, quando saí, defendi o mestrado em inglês. Algo que você não vê ser possível em todo Departamento de Computação do Brasil”, contou.

Enquanto esteve no Departamento, de 2012 a 2017, Felipe fez Iniciação Científica (IC) com a orientação da professora Jussara Marques de Almeida e o projeto de final de curso com a orientação do professor Adriano Alonso Veloso. Já no mestrado, foi orientado e coorientado pelos professores Rodrygo Luis Teodoro Santos e Nivio Ziviani, respectivamente. “A base forte em pesquisa que aprendi com a Jussara e o Rodrygo foram essenciais para mim. Após o mestrado, comecei o doutorado na Delft University of Technology, na Holanda. Fui aprovado para começar o doutorado antes mesmo de ter terminado o mestrado, isso mostra o quão forte foi a base que o DCC/UFMG me deu”, relatou.

No tempo em que esteve no DCC/UFMG, Felipe conta que a experiência dentro dos Laboratórios foi muito marcante. “ Em termos pessoais, o mais marcante foi a experiência que passei dentro dos Laboratórios, em especial o Laboratório para Tratamento da Informação (LATIN). O companheirismo dos colegas para tirar dúvidas, fazer brainstormings e toda essa abertura serviu para o meu crescimento pessoal. Hoje trabalho em uma empresa onde tudo envolve experimentação. O meu dia a dia é analisar e saber explicar os resultados, até para pessoas que não entendem nada de experimentação. Foi no Departamento que a minha base de experimentação começou, durante a IC com a Jussara. Me sinto honrado de ter aprendido assuntos básicos, como intervalo de confiança e testes estatísticos, e colocar em prática esses conceitos. Para mim, a teoria e a prática que aprendi durante a IC e o mestrado montam base do que trabalho hoje em dia”, disse.

Segundo Felipe, o DCC/UFMG representou um mar de oportunidades durante o tempo em que permaneceu no Departamento e as que apareceram após o mestrado. “Por conta do renome do DCC/UFMG, por exemplo, fui para fora do país pela primeira vez, onde fiz uma IC curta em Montreal, no Canadá, pelo programa Mitacs. Durante o mestrado, também tive a chance de fazer pesquisa na NYU, em Nova York, onde o Departamento forneceu todo o apoio para que conseguisse. E o impacto do DCC/UFMG não parou quando me tornei mestre. Após o mestrado, meus colegas do LATIN também vieram para Holanda, “me seguindo”. Alguns trabalhando para empresas renomadas, como IKEA, e outros vieram fazer doutorado junto comigo. Atualmente trabalho como cientista de dados na Booking.com, em Amsterdam, na Holanda. Ser cientista de dados na Booking.com é pensar em experimentos o tempo todo, entender os problemas dos nossos usuários e tentar melhorar a vida deles. Lembro até hoje quando fui na escola de profissões da UFMG, em 2010, onde escutei a palestra da professora Jussara sobre o curso de Ciência da Computação (CC). Ela disse que o curso de CC fornece ferramentas para resolver problemas do mundo real. Foi nesse momento que decidi cursar CC e deu certo, ela tinha total razão”, falou orgulhoso.

Para quem deseja entrar no DCC/UFMG, ou já está, Felipe garante que todos terão inúmeras oportunidades e, se ficar atento e não deixar passar, além de aprender efetivamente, irá voar pelo mundo. “Com a base que o DCC/UFMG nos dá podemos chegar longe. Definitivamente eu não estaria onde estou sem o Departamento. O DCC/UFMG contribuiu com seis anos de formação educacional e de pesquisa. Se não fosse isso, não teria feito doutorado em uma das universidades mais prestigiadas da Europa na área de tecnologia.

Felipe foi aluno do professor Rodrygo em duas disciplinas na graduação e, segundo o docente, sempre interessado e questionador. “Após esses primeiros contatos na graduação, tive o prazer de orientar a dissertação de mestrado do Felipe. Ao longo desse tempo, além do profissionalismo e interesse genuíno em aprender, demonstrou um traço raro, porém essencial, para o sucesso na carreira científica: automotivação, sempre buscando caminhos para os desafios da pesquisa. (Estimativas extraoficiais dão conta de que é quem mais bateu na minha porta desde que estou no DCC/UFMG! Risos…) Como frutos imediatos do mestrado, produzimos publicações internacionais e novas colaborações. Como frutos mais perenes, fico feliz que essa experiência tenha servido de alicerce para que ele, meu conterrâneo de Divinópolis, pudesse continuar sua formação em um excelente grupo de pesquisa no exterior e, posteriormente, na indústria”, falou orgulhoso.

Também segundo a professora Jussara, Felipe foi um estudante muito dedicado. “Ainda muito novo, enquanto pesquisador, o Felipe sempre se mostrou super interessado e disposto. Lembro que a pesquisa que ele desenvolveu comigo exigiu muitos experimentos, nem sempre com resultados simples de serem interpretados. Ao final do trabalho, ele tinha um  domínio muito bom do assunto e um resultado de alta qualidade que gerou duas publicações importantes, uma na principal conferência nacional no tema e outra em importante veículo internacional. Este resultado é excelente para um aluno de Iniciação Científica”, concluiu orgulhosa.

Saiba mais sobre o Felipe em suas redes sociais: Linkedin, Twitter e Instagram.

Veja a série completa.

Acesso por PERFIL

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