Carlos Eduardo Carvalho de Andrade, conhecido pelos colegas e amigos por Cadu, entrou no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG em 1998, onde se tornou Bacharel em Ciência da Computação em 2002. No trabalho final do curso, fez dois Projetos Orientados em Computação (POC’s), sendo orientado pelos professores Wagner Meira Júnior e Berthier Ribeiro-Neto “Fiz um POC em “dispositivos móveis”, com o Wagner Meira. Naquela época, dispositivos móveis eram “handhelds” tipo PALM (precursor dos tablets e smartphones de hoje), e os celulares mal tinham tela para ter algum aplicativo. Fiz outro com Berthier, esse relacionado a ferramenta de buscas de documentos médicos. A qualidade dos laboratórios, o alto nível dos colegas e dos trabalhos desenvolvidos no DCC me marcaram muito”, contou.
Segundo o ex-aluno, desde antes da sua época o DCC se destaca na UFMG por pesquisas que têm aplicação prática, sendo responsável pela criação de várias startups para o mercado e parcerias com diversas empresas. “Me lembro de um laboratório da antiga Telemig (empresa de telecomunicações de Minas Gerais) dentro do DCC. Os professores não se preocupavam em ensinar linguagens de programação específicas, mas, sim, em dar uma base de conhecimento em que você mesmo poderia aprender posteriormente a linguagem que quisesse. A base de cálculo, algoritmos e etc era o que importava. O foco em pesquisa era muito importante, mas também havia um olhar para o mercado e cursos de extensão para toda a sociedade, que permitiam uma fonte de receita adicional para o departamento e também para os alunos – fui monitor e professor de alguns cursos de extensão quando estava na graduação”, relatou.
De acordo com Cadu, durante a graduação conseguiu experimentar a vida acadêmica, mas também pôde, ao mesmo tempo, trabalhar em sua própria empresa de forma autônoma. “Foi no “newsgroup” do DCC que recebi uma mensagem de um colega sobre uma empresa de consultoria de gestão que estava com processo de trainee em aberto. Resolvi apostar nisso e, logo após me formar, entrei na Falconi. Foi uma decisão muito difícil na época, em “largar” a área técnica e ir para gestão. Em meu primeiro projeto na Falconi, realizei um orçamento na Vale que envolvia cifras de bilhões de reais. A base que adquiri no DCC/UFMG me permitiu realizar um bom trabalho”, falou satisfeito.
Após Carlos Eduardo realizar o projeto para a Vale, a Falconi fechou um contrato de gerenciamento de projetos na Telemar/Oi e a empresa precisava de uma equipe com conhecimento em informática para atuar na implantação do Escritório de Gerenciamento de Projetos – PMO, na Diretoria de Tecnologia da Informação. Desta forma, devido à formação do Carlos Eduardo, ele foi alocado nesta frente. “Depois disso, fui alcançando novos desafios, todos ligados à área de tecnologia – projetos de inovação, novos produtos, TV via satélite, Internet e IPTV via fibra – televisão por protocolo de internet na Vivo, entre outros… Acabei me especializando em gestão de grandes projetos, principalmente de inovação”, narrou.
Segundo o ex-aluno, se não tivesse passado pelo DCC, talvez o caminho tivesse sido diferente do que percorreu até hoje, mas, obviamente, não é possível garantir. “Não sei se estaria onde estou hoje se não tivesse passado pelo departamento, esta é uma resposta que “só a Deus pertence”… O programa de trainee que participei foi um programa específico para alunos da UFMG, que não puderam participar da seleção usual de fim de ano devido ao calendário alterado pela greve. A nossa Universidade é muito reconhecida por uma formação sólida em nossa área, e isso abre muitas portas. Se não tivesse me formado no DCC, possivelmente o caminho seria diferente, mas não consigo responder com precisão”, disse.
Para o ex-estudante, os perrengues que passou foram iguais aos de todos os estudantes que já passaram pelo DCC ou ainda estão lá, inclusive com momentos muito divertidos. “Os perrengues são os de sempre…. noites de estudo, finais de semana no DCC, horas de trabalhos perdidas porque “só Jesus salva” (risos). Mas, há alguns momentos bastante divertidos, como alimentar a versão “abrobística” do Acontece no DCC (ainda existe?), em alguns casos envolvendo suspensões “educativas” de colegas que viraram bode expiatório. Mas, é sério, tudo faz parte do aprendizado! Para quem quer entrar no DCC, falando honestamente, se essa for a sua “vocação”, pode apostar, será a sua melhor decisão! Não há melhor lugar para se formar na área de Computação. Agora, para quem já está na graduação, minha dica é experimentar, ao longo do curso, os dois “mundos”: o científico e o mercado. Fiz estágio em uma empresa, fui sócio de outra e, também, trabalhei no Laboratório de Banco de Dados com uma bolsa de Iniciação Científica. Isso é muito importante para que você possa entender o que vai querer em sua carreira. Não tenha medo de errar ao longo do caminho”, aconselhou.
Depois da Falconi, Carlos Eduardo passou novamente por uma guinada na carreira, atuando por três anos como assessor do governador do Estado de Minas Gerais, dentro do programa de “empreendedor público” durante a gestão de Antonio Anastasia. “Lá gerenciei um portfólio de projetos importantes para o governo, onde fiquei até 2014, fechando minha participação com a inauguração da Sala Minas Gerais da Orquestra Filarmônica. Fui, também, diretor da Sociedade de Tecnologia da Informação e Comunicação de Minas Gerais (SUCESU Minas Gerais) e voluntário no Project Management Institute Minas Gerais Chapter (PMI-MG). Desde 2015 estou na Drogaria Araujo, sendo responsável pelo portfólio de projetos estratégicos. Lá gerenciei desde projetos de grandes obras, como a construção do novo Centro de Distribuição automatizado, até projetos de tecnologia, como a implantação do SAP S4/HANA (sistema de gestão integrado) e outros projetos digitais como o novo aplicativo e o Salesforce (plataforma de vendas, ecommerce, marketing e atendimento). Além disso, atuo diretamente na condução do Planejamento Estratégico da empresa. Desde 2015 saímos de 130 para 300 lojas e, hoje, coordeno uma equipe gerentes de projetos que cuidam do “futuro da Araujo”, concluiu orgulhoso.
Conforme o professor do DCC, Marcos Augusto Menezes Vieira, é uma honra escrever o depoimento sobre o Cadu. “Cadu entrou no Bacharelado em Ciência da Computação no primeiro semestre de 1998. Naquela época, o curso tinha a nota de corte mais alta do vestibular da UFMG. Fizemos a graduação toda juntos e ele se tornou um grande amigo.
Devido à sua liderança, o apelido dele era presidente. Fiz vários trabalhos de disciplina com ele, passando várias horas em sua casa estudando, inclusive virando noites. Quando ele viajou de férias para a Austrália, pedi um coala de presente e, para a minha surpresa, ele me trouxe um coala de brinquedo. Cadu é uma excelente pessoa, idôneo, muito inteligente e muito competente”, falou orgulhoso.
Também colega do Cadu durante a graduação, o agora professor do DCC, Luiz Filipe Menezes Vieira, se tornou amigo do ex-aluno. “É com grande prazer e alegria que escrevo esse depoimento para o Cadu. Entramos para o Bacharelado em Ciência da Computação na época em que fazer Computação era extremamente concorrido. Ele se tornou meu amigo para a vida. Fizemos vários trabalhos práticos juntos, passamos horas e mais horas e viramos noites em sua casa estudando, fazendo trabalhos das disciplinas e nos divertindo. Excelente pessoa, muito inteligente e um líder, como meu irmão disse, o chamávamos de presidente. Desejo a ele todo sucesso do mundo e ele sabe que pode contar comigo para o que precisar”, garantiu.
Para saber mais sobre o Carlos Eduardo, acesse o linkedin: https://www.linkedin.com/in/carlos-eduardo-a-0133aa/