“Tenho saudades do dia a dia no Departamento e já avisei ao professor Meira que um dia volto como pós-doc”, diz ex-aluno do DCC/UFMG

Com graduação, mestrado e doutorado no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG), entre 2002 e 2015, Pedro Calais Guerra foi orientado desde o início pelo professor Wagner Meira Júnior, a quem considera um dos grandes mentores e influenciadores de sua carreira. Durante o mestrado, Pedro fez Iniciação Científica no Laboratório de System Performance Evaluation and Experimental Development (Speed). Também trabalhou de perto com os professores Virgilio Augusto Fernandes Almeida e Dorgival Olavo Guedes Neto, desenvolvendo trabalhos nas áreas de aprendizado de máquina e mineração de dados. “Tenho orgulho de ter feito parte da história do DCC/UFMG como aluno na graduação e pós. O Departamento me inseriu na comunidade acadêmica da área de computação, pude participar de incontáveis congressos acadêmicos no Brasil e no exterior, o que me ajudou muito a amadurecer como pesquisador”, falou.

Quando tinha 18 anos, Pedro prestou vestibular para Ciência da Computação na UFMG e, para ele, foi uma das decisões mais importantes da vida. No total, o ex-aluno ficou quase 15 anos no DCC/UFMG, o que considera uma vida dentro do Departamento. “Estou seguro que o DCC/UFMG me expôs a um processo formativo em tecnologia difícil de ser encontrado no Brasil. Por meio do Departamento, conheci pessoas que me ajudaram direta e indiretamente na carreira, mesmo anos depois. Mantenho amizade com colegas e professores até hoje. Tenho saudades do dia a dia no Departamento e já avisei ao professor Meira que um dia volto como pós-doc”, disse. 

Segundo Pedro, durante os estudos também havia momentos de entretenimento. “Nem tudo pode ser estudo o tempo todo. Na graduação jogávamos truco no corredor nos intervalos; no laboratório de pesquisa, nas sextas-feiras, jogávamos boliche no Shopping Del Rey. Outra parte de entretenimento era um jogo on-line que jogávamos no Laboratório – Tetris, em que um jogava contra o outro. O perrengue acontecia quando um professor entrava de surpresa e rapidamente tínhamos que fechar a tela do jogo e voltar a trabalhar. Com certeza eles sabiam…(risos)”, contou sorridente.

De acordo com Pedro, enquanto estava na graduação, nem sempre conseguia descrever a aplicabilidade direta de algumas disciplinas, mas, posteriormente, percebeu que elas fornecem os fundamentos e moldam a habilidade de raciocínio analítico, o que, segundo o ex-aluno, será útil durante toda a carreira. “Para aqueles que desejam entrar no DCC/UFMG ou já estão, digo que devem dar atenção a todas as disciplinas. Doze anos depois de cursar a disciplina de Compiladores, consegui aplicar o que aprendi para resolver de forma simples e elegante um desafio de troca automática de arquivos entre sistemas, usando gramáticas. Sem a base teórica em computação que aprendi no DCC, dificilmente conseguiria encontrar esta solução.  Portanto, se dediquem a aprender os fundamentos. Já na pós-graduação, o grande valor que vejo é que a pesquisa em computação e a investigação de problemas novos nos treina para lidar com cenários de ambiguidade e incerteza, tanto no espaço dos problemas quanto das soluções, o que também é uma habilidade útil em toda a carreira, independente da direção que tomemos”, aconselhou.

Para o professor Wagner, Pedro é um pesquisador nato e isso já ficou claro desde quando começaram a trabalhar juntos, ainda durante a sua graduação. “Ele sistematiza as questões com uma habilidade impressionante e consegue, como poucos, navegar em outras áreas do conhecimento sem ser superficial e sem perder a essência do problema de Computação a ser resolvido. Vale ainda ressaltar a sua paciência, persistência (que beira a teimosia em alguns casos :-)) e busca por excelência, que terminam de explicar todos os resultados e impactos alcançados por ele nos últimos 20 anos. Não me surpreendi com seu sucesso na indústria, que vem apenas demonstrar o valor da sua postura diante de desafios e de uma boa formação como a que ele teve. No mais, ele será sempre bem-vindo como pesquisador ou qualquer outro papel que queira desempenhar aqui na UFMG. Quando começa?”, falou.

Atualmente, Pedro é engenheiro de software na Stone e, para conhecê-lo melhor, acesse o site e o Linkedin do ex-estudante.

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