Anderson Tavares Rocha, ex-aluno da graduação e do doutorado do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, durante a graduação, teve como grande desafio a matemática e, segundo ele, focou em “sobreviver às provas”, mas as matérias da Computação foram extremamente marcantes. Tive duas estadias no DCC, a primeira na graduação, de 2006 a 2009, e a segunda no doutorado, de 2013 a 2018. Na graduação, o grande desafio foi lidar com a matemática, onde acabei focando em sobreviver às provas. Mal sabia eu que esse conhecimento seria tão útil na carreira, agora que ciência de dados está em alta. As matérias de Computação eu aproveitava bem, em especial e que me marcou muito foi o exemplo do professor Roberto da Silva Bigonha, agora aposentado, pela didática, postura e zelo com o ensino. Também, a antiga disciplina de IA para Jogos me encantou. Fiquei entusiasmado de tal forma que procurei anos depois o professor daquela matéria, Luiz Chaimowicz, para me orientar no doutorado”, relatou.
Anderson mantém amizade com vários colegas da época da graduação e, apesar de, segundo o ex-estudante, a trajetória no DCC em qualquer nível, ter sido de suor, lágrimas, mas também de risadas e alívios, ele sobreviveu às matérias desesperadoras e teve muitas recompensas posteriores. “O departamento é de ponta e promove uma verdadeira formação. Parafraseando o professor Bigonha, a formação é o que lembramos depois de esquecer todo o treinamento. E é esse conhecimento que permite que a pessoa prospere. E pra quem ainda não se convenceu, o prédio novo é muito legal! Recomendo passar um tempo em algum dos laboratórios de lá. Tenho até hoje amigos da época da graduação. Era bacana jogar o campeonato de futebol do DCC, onde nosso simpático “DetonHeitor’ quase subiu para a primeira divisão na nossa melhor campanha”, contou.
Depois da graduação, o ex-aluno fez o mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas, de acordo com ele, quase foi na UFMG mesmo. “Perdi a data da inscrição na UFMG e isso acabou sendo bom, pois durante o mestrado no RS conheci minha esposa, de quem tentei fugir ao voltar pra BH pra fazer o doutorado na UFMG (brincadeira, (risos), voltei porque na UFMG eu tinha a possibilidade de usar jogos como plataforma de pesquisa, minha esposa é muito importante em minha vida e foi muito difícil ficar longe durante o doutorado)”, afirmou.
De acordo com Anderson, o doutorado no DCC foi um período único, onde conheceu muita gente boa e inteligente. “Fiz parte do VeRLab, um laboratório que adorava apresentar para a comunidade interna e externa, pois o apelo dos robôs e dos jogos para o público é um atrativo natural. Um grande desafio da época foi cuidar da rede e infraestrutura do VeRLab. Havia alguns “perrengues” com os HDs ficando cheios, rede caindo, entre outras bombas, mas eu tinha uma boa equipe e sempre contávamos com a ajuda do lendário Balbino, que conhecia tudo do VeRLab. Me orgulho do grupo de WhatsApp e das planilhas que criei para organizar e agilizar algumas coisas, e por ter ajudado na épica mudança para o novo prédio. No campeonato do DCC, acabei jogando por um grande rival do ‘DetonHeitor’, o ‘Bier Leverpielsen”. Na época, foi uma transferência polêmica que movimentou o mercado, mas acabou ficando tudo bem e ambos os times usufruíram da minha falta de habilidade (risos). Além do campeonato, as peladas e petecas do VeRLab eram ótimas, e a resenha com o pessoal era sempre boa, até hoje tenho amizade com a turma e mantemos contato pelo WhatsApp”, disse saudoso.
Depois do doutorado, Anderson voltou para o RS, onde agora é professor na UFRGS. “Sem dúvida, se não fosse a boa formação do DCC hoje não estaria onde cheguei”, afirmou.
Convivendo com Anderson desde a graduação, de acordo com o professor Chaimo, o ex-estudante sempre foi um grande parceiro, com enorme competência. Anderson realizou o seu doutorado sob minha orientação entre 2013 e 2018. Ele foi nosso aluno de graduação, fez seu mestrado no PPGC-UFRGS, sob orientação da professora Ana Bazzan, e retornou para fazer seu doutorado no PPGCC-UFMG. Em sua tese, trabalhou com importantes aspectos de Inteligência Artificial, mais especificamente Aprendizado por Reforço e Seleção de Algoritmos no desenvolvimento de agentes inteligentes para jogos complexos. A sua tese gerou publicações importantes, como um artigo completo na International Joint Conference on Artificial Intelligence (IJCAI 2018), uma das principais conferências internacionais de IA, e um artigo no IEEE Transactions on Games, o principal periódico na área de IA para jogos além de outros artigos. Mas, além dos resultados específicos de sua tese, posso dizer que o Anderson adquiriu uma grande maturidade científica, sendo capaz de identificar tópicos importantes de pesquisa e conduzir sua pesquisa com seriedade e independência, orientando alunos e colaborando com outros pesquisadores. Durante o seu doutorado, o Anderson me ajudou na escrita e coordenação de projetos e pesquisa, na organização de disciplinas, e na orientação de alunos de iniciação científica, desenvolvendo um excelente trabalho. Depois de realizar um pós-doc, o Anderson foi aprovado no concurso para professor na UFRGS, em 2020, e continuamos colaborando em diferentes frentes de pesquisa”, narrou.