“Perseverança é uma virtude. Depois que entrar saiba que vale muito a pena estar no DCC/UFMG, afirma ex-aluno

Lamarque Souza entrou na graduação do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG) no primeiro semestre de 1996, saindo após finalizar o mestrado em 2003. Orientado pelo professor Sérgio Vale Aguiar Campos durante o mestrado, Lamarque trabalhou por alguns anos no Laboratório de Vídeo sob Demanda, onde também foi auxiliado pelo professor Berthier Ribeiro-Neto. Segundo o ex-aluno, as oportunidades que teve no DCC/UFMG o fizeram crescer profissionalmente e como pessoa também. “O DCC foi por muito tempo o que eu chamaria de lar: tive que mudar de cidade para fazer a minha graduação, então fiquei longe da minha família. Foram muitas mudanças pessoais e passei muito tempo no Departamento. Tenho muitas saudades do tempo da graduação, quando ficava mais tempo no DCC/UFMG, inclusive para trabalhar: Fui estagiário nos laboratórios de computadores da graduação, meu segundo emprego, o primeiro foi como estagiário na Reitoria. Fiz iniciação científica no Laboratório de Robótica e Visão Computacional, sendo orientado pelo professor Mario Fernando Montenegro Campos, trabalhei no Laboratório de Vídeo sob Demanda (VoD), Laboratório de Sistemas de Informação em Ambientes de Computação Móvel (SIAM) e Laboratório de Universalização de Acesso (LUAR), o que me trouxe muito crescimento”, contou.

Lamarque mora em Divinópolis/MG e trabalha via home office na PetroSoft Design Ltda, onde é sócio-diretor, uma empresa que fica no Rio de Janeiro. Na empresa, o ex-aluno lida com arquitetura de software, computação de alto desempenho, contato com clientes e coordena o grupo de rede/infraestrutura. De acordo com o ex-estudante, no DCC/UFMG adquiriu muito conhecimento e lições de vida, o que o levou cada vez mais alto na carreira profissional. “Ainda hoje faço parte do KDE (comunidade de desenvolvedores de software baseado em Berlim, na Alemanha). Todos os meus colegas de turma sabem bem como gosto muito de Linux e também do KDE. No Departamento aprendi a lidar com dificuldades e superá-las, a trabalhar em equipe e também individualmente quando necessário. Recebi vários conselhos dos meus professores e os uso até hoje. Muito dificilmente estaria onde estou se não fosse o DCC/UFMG. O Departamento me abriu portas e fez parte da minha vida. Muitas das decisões que tomo hoje são baseadas em experiências que tive enquanto estudei e trabalhei lá”, falou.

Mas, para chegar onde está, Lamarque passou por desafios. Como não tinha computador em casa nos primeiros anos da graduação, permanecia o máximo de tempo possível nos laboratórios para fazer os trabalhos práticos, pesquisar na Internet, ler e-mails. “Na época, os laboratórios fechavam às 22 horas e, distraído ouvindo música no walkman, quando olhei o relógio já havia passado do horário e resolvi voltar para casa. Quando tentei abrir a porta ela estava trancada, aí pensei: danou-se, vou ter que passar a noite toda aqui. Depois de um tempo, tive a ideia de usar os computadores para contactar o pessoal do CRC (Centro de Recursos Computacionais), eles administram a rede de computadores do DCC. Acabei contactando um amigo que me tirou de lá, ufa! (risos). Hoje em dia todos têm celular com whatsapp, seria fácil contactar alguém. Naquele dia tive que utilizar e-mail em um computador desktop, já que praticamente não existiam outras formas de comunicação em 1997 como hoje: celular, tablet e laptop não eram comuns (ou nem existiam). O mundo digital mudou muito de lá para cá”, relatou.

Para quem deseja entrar no DCC/UFMG, Lamarque aconselha muita perseverança e que aproveitem tudo ao máximo. “Se acha que o vestibular é difícil, espere até entrar na universidade (risos). Perseverança é uma virtude. Depois que entrar saiba que vale muito a pena estar no DCC. Aproveite ao máximo o conhecimento que vai adquirir, as experiências e principalmente as amizades, tanto de colegas de turma, professores e funcionários. Tenho uma lembrança muito forte de todos com quem convivi naquela época e sinto muita saudades”, concluiu saudoso.

O professor Sérgio conheceu Lamarque na graduação. Segundo ele, o ex-aluno era calado, sério, mas tinha fama de ser muito competente, o que constatou trabalhando junto ao ex-estudante. “Realmente o Lamarque é muito competente. Quando surgiu uma oportunidade, logo o chamei para trabalhar comigo. A chance foi no projeto do Computador Popular. O desafio era construir um computador com menos peças, mais barato, mas com as mesmas funcionalidades. Optamos por substituir o disco rígido, CDs e outras mídias por uma memória flash pequena. Tínhamos que colocar tudo do Linux, sistema operacional, interface gráfica, pacote office, navegador, tudo em 16MB! Megabytes, não gigabytes. Como fazer isto? Chamamos o Lamarque… Ele foi um dos dois principais desenvolvedores do projeto. Ele fez? Claro! Em quanto tempo? Do início até a apresentação do produto final, um mês. O projeto ficou famoso, foi veiculado na imprensa do mundo todo. Mas houve outra fama. As técnicas que usamos para compactar todos os programas necessários foram tantas e tão avançadas que nossa fama como desenvolvedores durou muito mais anos que a fama do Computador Popular. O Lamarque foi instrumental neste projeto, sem seu conhecimento dificilmente teríamos conseguido o que conseguimos. Foi ótimo trabalhar com ele”, disse orgulhoso.

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