Ex-aluna do DCC/UFMG afirma que o segredo de uma carreira de sucesso é a base sólida recebida durante os estudos

Entre os anos de 1997 e 2015, Marisa Affonso Vasconcelos fez a graduação, mestrado e o doutorado no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG). Nesse período, trabalhou no Departamento como professora substituta e, também, no Laboratório Synergia. No período em que fez iniciação científica, foi orientada pelo professor Berthier Ribeiro-Neto. Já no mestrado, quem a orientou foi o professor Virgilio Augusto Fernandes Almeida e, no doutorado, pela professora Jussara Marques de Almeida. Para Marisa, além da qualidade dos professores e do conhecimento técnico, o que mais a marcou no tempo em que esteve no DCC/UFMG, foi o relacionamento entre todas as pessoas, desde os alunos, os funcionários da secretaria e os professores. “O DCC é um ambiente muito acolhedor, existe uma disponibilidade das pessoas em nos ajudar no que for preciso e, principalmente, em desenvolver o melhor de cada aluno ali.  A forma como a minha base técnica e profissional foi desenvolvida e a troca entre meus colegas de sala, laboratório e os professores, contribuiu muito com a minha autoconfiança profissional. Outro aspecto excepcional, é a troca de experiências de alguns professores sobre o caminho profissional deles, é muito importante saber o que nos espera e o que levar em conta na hora de fazer escolhas profissionais”, contou.  

Marisa considera o DCC uma referência na área da Computação tanto no Brasil quanto no exterior e, para ela, ter feito toda  formação no Departamento sempre abriu as portas. “O reconhecimento de outros pesquisadores pelo trabalho de ponta feito no DCC/UFMG sempre me deixa orgulhosa. Eu me espelho em vários professores do Departamento para direcionar minha carreira em pesquisa. Continuo colaborando com alguns professores, a experiência é muito enriquecedora e de bastante aprendizado. No nível pessoal, alguns professores se tornaram não só colaboradores, mas também amigos queridos e mentores, que posso contar quando tenho dúvidas sobre quais direções seguir em minha carreira”, falou.

Para a ex-aluna, o DCC contribui muito para se formar cientista e, além disso, para que hoje tivesse uma visão mais ampla da ciência, não somente baseada em números de artigos em conferências de ponta. “O retorno para sociedade daquilo que aprendi e desenvolvi no Departamento é algo que está sempre em minha agenda de pesquisa, seja na co-orientação de alunos de pós ou no envolvimento de projetos de inclusão e diversidade que tenho focado nos últimos anos na IBM.” Segundo ela, foi durante a iniciação científica com os professores Berthier e Sérgio Vale Aguiar Campos, no Laboratório de Vídeo Sob Demanda, que teve a certeza de que a ciência seria o caminho que seguiria profissionalmente. “Duas coisas me marcaram nesse projeto: ter trabalhado com vídeo sob demanda, que era uma área nova, ainda não existia nem YouTube, nem Netflix, e ter feito parte de um grupo de pesquisa que envolvia várias universidades. Já durante o mestrado, fui orientada pelo professor Virgílio, que é uma referência de pesquisador para mim, um cientista reconhecido nacionalmente e internacionalmente, tenho muito orgulho de ter sido orientada por ele. Suas pesquisas tem sempre um foco no impacto da tecnologia na sociedade, algo de extrema relevância nos dias atuais”, disse. 

Nessa mesma época, Marisa conheceu o professor Fabrício Benevenuto de Souza, que ainda não era professor do DCC/UFMG. “O Fabrício foi a primeira pessoa a trabalhar com redes sociais no Departamento e, através dele, tive o primeiro contato com a área, minha paixão e foco nas minhas pesquisas.  A qualidade e o entusiasmo que ele tem pela pesquisa são inspiradores. No doutorado, fui orientada inicialmente pelo professor Virgílio e, depois, pela professora Jussara. Com ela aperfeiçoei muito minhas habilidades como pesquisadora: da formulação da pergunta de pesquisa até a escrita de um artigo e principalmente o raciocínio crítico tão importante nos dias atuais. Tenho muita gratidão por tudo que aprendi com a professora Jussara e sempre que posso compartilho o que aprendi com meus alunos e estagiários”, relatou emocionada. 

Segundo a ex-aluna, foram vários desafios a serem vencidos após entrar no DCC/UFMG, mas o principal deles foi a transição do ensino médio para a universidade, que traz muitas adversidades. “A forma de avaliação, as provas, os trabalhos práticos, tudo era bem difícil para mim no início.  Era uma boa aluna no colégio e quando  entrei na computação minhas notas ficaram baixas, o que me deixou muito insegura se aquele era o curso certo para mim. Tive a sorte de ter um grupo de colegas, a Melissa, Natalie e a Ana Paula, que me acompanharam até o final da graduação. Fazíamos os trabalhos e estudávamos para as provas juntas. Foi importante ter esse grupo, porque algumas das inseguranças a respeito do curso eram compartilhadas entre nós e isso ajudava tudo ficar mais leve”, desabafou. 

Marisa contou que a experiência no DCC foi uma transformação em sua minha vida, que entrou uma pessoa e saiu outra. “Eu diria para aqueles que queiram ser alunos do DCC/UFMG, ou iniciaram o curso agora, para aproveitarem ao máximo essa experiência. Mesmo para aqueles que querem uma carreira na indústria, não deixem de participar de algum projeto de pesquisa. Muitos dos projetos no DCC/UFMG têm ou vão ter impacto daqui a alguns anos e estar em contato com isso é muito valioso, fora o aprendizado de trabalhar com outros pesquisadores. Para aqueles que querem uma carreira acadêmica, começar por uma iniciação científica ou por um mestrado dá uma excelente base para se tornar um pesquisador no futuro”, aconselhou. 

Atualmente Marisa é pesquisadora no grupo de Tech for Impact, na IBM Research, em São Paulo. Segundo ela, a formação no DCC foi o que deu a base sólida da sua carreira. “O DCC não só trouxe uma excelente base técnica em Ciência da Computação para minha carreira, mas trouxe também outras habilidades como saber colaborar ou trabalhar em equipe, me comunicar com todo tipo de público e utilizar o raciocínio crítico nos problemas de pesquisa. O mundo corporativo é um ambiente solitário e competitivo e essa base me dá muita segurança na realização do meu trabalho. Ter trabalhado no DCC com pessoas entusiasmadas, que amam o que fazem e prezam pela excelência, me faz decidir diariamente por projetos que estejam alinhados às minhas capacidades e interesses”, concluiu.

Segundo a professora Jussara, toda história de doutorado tem os seus percalços e a da Marisa não foi diferente. “Trabalhar durante um bom tempo em um tema e descobrir que, por uma ou outra razão, você não vai conseguir tirar a sua tese dele pode ser bastante desanimador. Resistência, força de vontade, persistência, criatividade, capacidade de adaptação fazem a diferença em momentos assim e fizeram no caso da Marisa. Foi um prazer orientá-la e acompanhar a o seu crescimento enquanto pesquisadora. Sua trajetória é muito rica e o sucesso final, materializado na pesquisadora madura e consciente em que se transformou, é a melhor recompensa”, disse orgulhosa.

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