“Aproveitem o DCC/UFMG e esse momento em que o conhecimento transborda junto aos professores”, aconselha ex-aluna

Mirlaine Aparecida Crepalde iniciou sua trajetória no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG) em 2004, ainda na graduação em Ciência da computação. Conciliou o curso com um trabalho técnico e, por isso, aproveitava cada minuto na universidade e as aulas. A todo momento convivia com os alunos de mestrado e doutorado, e mesmo trabalhando durante a graduação, conseguiu se envolver com projetos de pesquisa relevantes e motivantes. “Não eram apenas trabalhos práticos, ali mesmo já estávamos fazendo pesquisa e inovação. Meu trabalho de final de curso foi junto ao professor Roberto da Silva Bigonha, na área de verificação semântica e no Laboratório de Linguagens de Programação (LLP), que sempre foi muito atencioso nessa orientação e muito dedicado à atividade de lecionar. Era visível como ele se preparava para as aulas, gentilmente oferecia até um cd para todos os alunos com todo o material dado durante as aulas”, relatou.

Em 2009, Mirlaine iniciou o mestrado na área de verificação formal, sendo orientada pelo professor Sérgio Vale Aguiar Campos, no Laboratório de Universalização de Acesso (LUAR). “Nesse momento, decidi me dedicar exclusivamente à academia e com isso pude interagir mais com as pessoas do Laboratório. O professor Sérgio esteve sempre disposto a me ajudar, criou oportunidades para eu participar de congressos e até mesmo de um curso de verão na Alemanha, que foi uma experiência única. Depois do mestrado, cheguei a retornar ao DCC/UFMG como professora substituta nas disciplinas de cálculo numérico, porque tinha vontade de viver a experiência de lecionar. Nada fácil, mas muito enriquecedor”, contou.

Desde 2011, quando concluiu o mestrado, Mirlaine trabalha na Cadence Design Systems no Brasil, uma empresa multinacional com sede nos Estados Unidos (EUA). “Na verdade, iniciei na Jasper Design Automation, adquirida em 2014 pela Cadence. Atualmente sou gerente de um time de desenvolvedores e atuo em um produto de verificação formal, mais especificamente em uma área voltada para compiladores de HDL – Hardware Description Language. Com certeza minha formação no Departamento e o mestrado em verificação foram importantes para me motivar e me capacitar para o nicho em que atuo e gosto bastante. Além disso, a formação de base sólida é o alicerce para evoluir e entender novas tecnologias e linguagens, e também me ajuda a contribuir na formação de outras pessoas com quem trabalho”, disse.

De acordo com a ex-aluna, o DCC/UFMG foi muito marcante em sua vida, principalmente pelo enorme conhecimento dos professores. “Cada um deles tinha muito a oferecer e se eu precisasse de mais informação bastava ir até eles que estavam sempre de portas abertas para conversar e orientar. Realmente me sentia inundada de muito conhecimento, uma sensação muito boa. Fiz alguns poucos amigos, mas mantenho contato até hoje. Também gostava muito da biblioteca do Departamento, sempre silenciosa, aproveitei vários momentos livres para estudar lá. Além de um acervo muito completo, tem um sistema para conseguir acesso a artigos de várias conferências, o que me ajudou bastante durante meu mestrado”, comentou.

Para os novos alunos ou aqueles que desejem entrar no DCC/UFMG, a ex-estudante tem uma dica. “Aproveitem ao máximo esse momento em que o conhecimento transborda. Sempre conversem com os professores e busquem esclarecimento. É um caminho desafiador, mas bastante compensador quando gosta e percorre com dedicação e alegria. Sou extremamente grata a cada professor que cruzou o meu caminho”, concluiu emocionada.

Segundo o professor Sérgio, quando Mirlaine começou a trabalhar no Laboratório era uma moça tímida, calada e parecia insegura da sua capacidade. Mas não o enganou, já que havia buscado informações sobre a ex-aluna e sabia que era muito competente. “No início sua timidez prevaleceu, ia apresentar um trabalho em um congresso em Ouro Preto e estava insegura. Saí de casa e fui até Ouro Preto somente para assistir a palestra dela. Não me arrependo, era o necessário naquele momento. A apresentação foi ótima, naturalmente. Seu trabalho foi excelente, Mirlaine é muito inteligente e dedicada. Quando terminou o mestrado tentei de tudo para convencê-la a fazer doutorado, mas a competição foi desleal, já que conseguiu um emprego excelente na sua área de atuação nos Estados Unidos. Tenho certeza que convenceu a todos lá da sua competência. Parabéns pelo seu trabalho, Mirlaine, e, lembre-se, se quiser fazer doutorado… estou aqui!”, disse saudoso.

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