João Borges, ex-aluno do doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da UFMG, orientado e coorientado respectivamente pelos professores do Departamento de Ciência da Computação (DCC), Antonio Alfredo Ferreira Loureiro e Heitor Soares Ramos Filho, defendeu sua tese em 2021, mas considera que o vínculo com o DCC não finaliza com a conclusão do curso. “Cheguei ao DCC em 2014, para cursar o doutorado em Ciência da Computação, e “saí” quando defendi minha tese em 2021. Coloco entre aspas pois o vínculo que fazemos no DCC não finaliza com a conclusão do curso. As amizades e colaborações que fazemos são levadas para toda nossa vida pessoal e carreira profissional. Sob este último aspecto, principalmente os professores, seguem nos ajudando e colaborando em projetos e pesquisas, sempre abrindo portas e proporcionando novas oportunidades”, falou.
Segundo o ex-aluno, os orientadores foram muito importantes para a vida e para a carreira, além de sua passagem pelo DCC tê-lo marcado profundamente. “Além da orientação da pesquisa, meus orientadores me proporcionaram muitos ensinamentos de vida e de carreira que levo até hoje.Além deles, vários outros professores do DCC contribuíram com minha formação, como é o caso do professor Renato Martins Assunção e a professora Olga Nikolaevna Goussevskaia, cujas disciplinas que cursei me ajudaram muito na obtenção de novos conhecimentos”, contou. “Muitas coisas do DCC me marcaram profundamente, mas uma característica que mais se destacou foi a união que o departamento possui. O profissionalismo e competência no que o fazem é algo que todos sabemos e podemos conferir nos resultados obtidos pelo departamento. Mas,um aspecto ímpar que vejo ser muito importante para a excelência em ensino e pesquisa que o DCC alcança, é que funcionários, professores e alunos têm uma mesma visão de futuro e “remam” no mesmo sentido. Isto é algo que vejo como essencial para não apenas justificar o sucesso que o DCC conquistou mas, principalmente, manter-se no topo por tanto tempo”, afirmou.
Conforme João Borges, o DCC representou e ainda representa muito em sua vida. “Meu primeiro contato com o DCC foi por meio do professor Loureiro que, em 2009, participou, a convite da minha orientadora à época, a professora Rossana Andrade, da minha banca de defesa de mestrado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Para mim, foi uma experiência muito gratificante, pois ele era um dos principais pesquisadores sobre o meu tema de pesquisa, cujos trabalhos me foram apresentados pelo professor Pedro Fernandes, ainda durante a minha graduação na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Portanto, o que me surpreendeu positivamente foi, naquele momento, ver o interesse e dedicação dos comentários e revisões que obtive do professor Loureiro quanto ao meu trabalho. Mesmo sendo uma referência na área, me marcou muito ver que ele não tratava aquele como apenas mais um trabalho.Então, essa foi a minha primeira impressão com o modo de atuar de um professor do DCC. E, naquele momento, tive a vontade de, caso tivesse a oportunidade, fazer o doutorado sob a orientação dele no PPGCC da UFMG”, disse.
Apesar de ter uma vontade forte de entrar para o doutorado na UFMG o mais rápido possível, essa oportunidade só aconteceria anos depois. “Após o mestrado, prestei concurso para professor auxiliar na UFRN, campus Caicó/RN, e fui aprovado. Assim, apenas consegui afastamento das atividades para cursar o doutorado no ano de 2014. E, por ter essa “imagem” do DCC, apenas me inscrevi para cursar o doutorado no departamento e sob a orientação do professor Loureiro. Ao concluir o curso, aquela impressão inicial foi confirmada e fortalecida. Pude ver que o comportamento do Loureiro também é estendido a todos os demais professores e funcionários do DCC”, relatou.
Como professor e pesquisador na área, João Borges sempre cita o DCC/UFMG como um exemplo a ser seguido, tanto para questões acadêmicas e de ensino e pesquisa, quanto como um modelo de convívio e conduta. “Sempre busco, na medida do possível, replicar o que aprendi e vivenciei no DCC nos tempos que nele passei. Além disso, também procuro me espelhar na dedicação e comprometimento que todo o departamento possui. Em especial, é muito inspirador vermos professores que já contribuíram tanto para a nossa área tão dedicados às suas atividades. Como exemplo, cito a dedicação e respeito que o professor Loureiro tem com seus alunos e orientandos, sempre achando tempo e disposição para nos ajudar e guiar nas pesquisas. Além disso, ver outros professores, cujos livros são referência em diversos cursos da área e que ainda continuam contribuindo, como o professor Nivio Ziviani e tantos outros”, descreveu.
Perguntado se acredita que estaria onde está hoje profissionalmente, caso não houvesse feito o doutorado no DCC, João afirma que a questão não é onde estaria mas, sim, como estaria. “Após passar por todas as experiências vividas, me sinto um profissional e pesquisador bem mais completo. Sinto que hoje possuo um conhecimento mais sólido da área de Computação e que estou mais apto a cumprir minhas atividades, entendendo bem melhor a importância do processo para se obter bons resultados de pesquisa. Durante o curso de doutorado muitos perrengues acontecem. Como vários outros, compartilho as dificuldades encontradas no cumprimento das disciplinas e com as provas da primeira qualificação, que foram muitas. Mas,ao final, tais estudos nos dão uma formação muito sólida da área da Computação, além de nos preparar para encarar tarefas grandes e complexas”, relatou.
Enquanto estudante no DCC, João passou por algumas dificuldades por ter ido cursar o doutorado sozinho.”À época, já era casado e minha esposa não pôde ir comigo. Tivemos que superar a dificuldade de estarmos distantes mais de 2000 km. Além disso, por já ser professor na UFRN, estava cursando o doutorado no DCC com um afastamento autorizado por quatro anos, mas que não foram suficientes para cumprir com tudo que me propus a fazer. Portanto, ao final deste tempo, tive que retornar e tentar conciliar as pesquisas do doutorado com as minhas atividades na UFRN. Esse foi um período bem complicado, mas que, graças à compreensão e a ajuda que tive dos professores Loureiro e Heitor e de todos que fazem o DCC, em especial à Sônia Borges, consegui superar”, contou grato.
De acordo com o ex-estudante, o DCC é um departamento humano, que mostra como se pode alcançar a excelência em ensino e pesquisa sem deixar de lado o aspecto humano de seus alunos. “Se há dedicação e empenho por parte do aluno, este terá todo o apoio e compreensão de todo o departamento para encarar e superar os desafios que irão aparecer ao longo do caminho. O DCC nos proporciona um ambiente saudável de estudo e pesquisa, onde é possível se investir tempo e dedicação no aprofundamento de problemas complexos e de fronteira da área. Com certeza, aqueles que se dedicam têm o apoio necessário quando precisam. Hoje, tenho muita alegria de ter sido um aluno dedicado e ter tido tanto apoio quando precisei. Como professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Departamento de Computação e Tecnologia (DCT), no campus do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), na cidade de Caicó/RN, desejo dar o apoio a todos que precisarem também e retribuir o que tive”, concluiu.
Quando João veio fazer o doutorado, o professor Loureiro combinou de buscá-lo no aeroporto e, conforme o professor, ele chegou com uma pilha de livros que o surpreendeu, pois nenhum outro aluno, pelo menos que soubesse, tinha feito isso. “O João tem uma característica fundamental de um pesquisador que reflete o que ele fez nessa atitude de trazer parte de seus livros: ao investigar um problema, ele quer sempre entender o assunto para poder usar técnicas apropriadamente e saber explicar os resultados obtidos. Ele fez isso consistentemente durante todo o doutorado no problema que pesquisou (uso de padrões ordinais em IoT) e vejo que continua assim. Isso é fazer análise de qualidade em uma pesquisa científica. Apesar de ser uma pessoa mais calada, ele é extremamente observador e sempre fez comentários e perguntas de quem sabe o que se passa. Durante o doutorado, João estava em uma ponte aérea entre BH e Mossoró, RN, onde ficou sua esposa que não pôde vir para BH. Isso demandou uma resiliência e compromisso que não foram fáceis. Admiro tanto ele quanto a esposa por passarem por isso. Talvez o maior resultado de seu doutorado seja o filho João Carlos, que nasceu durante esse período. Hoje, como professor da UFRN, tenho certeza de que o João continua a passar esses princípios para seus alunos e isso é que forja novos pesquisadores e fortalece as pessoas como seres humanos. Foi um grande prazer e honra ter tido o João Borges como orientado do doutorado e, hoje, colega de outros trabalhos”, afirmou.
Saiba mais sobre o João em suas redes: Twitter: @jbborges; Linkedin: https://www.linkedin.com/in/jbborges/ e Lattes http://lattes.cnpq.br/3102308378811852