Com a orientação do professor do Departamento de Ciência da Computação, Antonio Alfredo Ferreira Loureiro, Leandro Villas entrou para o doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação da UFMG em 2008, permanecendo até 2012, quando defendeu sua tese. De acordo com o ex-aluno, não há como dizer o que mais o marcou no período em que esteve no departamento, já que viveu muitas experiências significativas enquanto estudava. “Não consigo dizer o que mais me marcou no DCC, pois muitas coisas me marcaram profundamente. Uma das experiências mais significativas foram os amigos que fiz durante o cotidiano no departamento. Por outro lado, também vivenciei uma fase intensa durante o exame de qualificação, que se revelou um verdadeiro desafio. Não poderia deixar de falar do meu orientador. Tive a sorte de ser orientado pelo professor Loureiro, não tenho a menor dúvida que ele desempenhou um papel fundamental no meu desenvolvimento acadêmico e profissional. O DCC foi fundamental na minha formação pessoal e profissional. Além disso, não tenho dúvidas que a orientação do professor Loureiro contribuiu de forma significativa para eu estar onde estou hoje. Conhecer e interagir com estudantes de diferentes origens culturais e acadêmicas enriqueceu minha experiência e me permitiu expandir os horizontes. É difícil escolher apenas uma experiência como a mais marcante, esses são apenas alguns exemplos do que me impactou profundamente no DCC. Cada uma dessas experiências contribuiu para o meu crescimento pessoal e profissional, e sou grato por ter tido a oportunidade de vivenciá-las”, afirmou.
Segundo Leandro, o DCC foi fundamental em sua trajetória acadêmica e profissional. “O DCC representa muito para mim e foi fundamental na minha trajetória acadêmica e profissional, bem como na minha formação como cientista da computação. Inicialmente, o DCC foi o local onde tive a oportunidade de adquirir conhecimentos técnicos sólidos na área de Ciência da Computação. O DCC também representa um ambiente de aprendizado contínuo e de estímulo à pesquisa. Essa imersão no ambiente de pesquisa me proporcionou desenvolver habilidades de investigação científica. Além de todas essas contribuições acadêmicas e profissionais, o DCC também representou um espaço de conexões e relacionamentos significativos, as interações com essa comunidade me proporcionaram amizades duradouras, colaborações enriquecedoras e um senso de pertencimento a uma comunidade dedicada à tecnologia e à inovação. Portanto, o DCC representa um lugar de aprendizado, crescimento pessoal e profissional, e continuará a ser uma parte fundamental da minha jornada como cientista da Computação”, disse agradecido.
Dentre os diversos aspectos que contribuíram significativamente em sua vida pessoal e profissional, conforme Leandro, o exame de qualificação e a orientação do professor Loureiro, tiveram um impacto transformador em sua jornada como pesquisador. “O exame de qualificação, etapa crucial dentro do DCC, representou um marco importante em minha formação. Por meio dessa avaliação rigorosa, pude consolidar e aprofundar meus conhecimentos na área de Ciência da Computação. Além disso, destaco a importância da orientação do professor Loureiro, cuja influência foi inestimável em minha vida de pesquisador. Sua vasta expertise na área e sua dedicação incansável ao orientar e motivar seus alunos foram fundamentais. Sob sua orientação, pude aprofundar-me em projetos de pesquisa relevantes e explorar novas fronteiras científicas. Suas orientações e críticas construtivas moldaram meu pensamento crítico e minha abordagem metodológica, capacitando-me a conduzir pesquisas de alta qualidade e a enfrentar os desafios inerentes à área. A interação com meus colegas também foi enriquecedora, proporcionando oportunidades de aprendizado coletivo e estabelecendo parcerias valiosas ao longo da minha jornada acadêmica”, contou.
Para Leandro, a trajetória de cada indivíduo é resultado de uma complexa interação entre oportunidades, escolhas pessoais e circunstâncias imprevisíveis. Portanto, conforme o ex-estudante, não há como saber se estaria ou não onde está caso não houvesse passado pelo DCC. Atualmente, Leandro é diretor do Instituto de Computação da Unicamp. “Não sei ao certo se estaria onde estou se não tivesse passado pelo DCC. O impacto do DCC em minha trajetória é apenas um dos muitos elementos que influenciaram meu caminho. Outros fatores, como minhas habilidades, motivação, ambição, eventos imprevistos e experiências anteriores, também desempenharam um papel importante. A vida é complexa e repleta de incertezas, e é impossível prever com certeza onde eu estaria sem a experiência do DCC”, disse sorrindo.
Durante os estudos, Leandro passou por diversos desafios e perrengues, sendo alguns deles bastante divertidos e inusitados. “Passei por dezenas de perrengues. No entanto, vou citar apenas a fala do meu orientador “você está na ponta da prancha”. Durante minha trajetória acadêmica, enfrentei um desafio que se tornou motivo de piada entre os colegas do laboratório. O contexto envolvia a minha decisão em priorizar a pesquisa e a disseminação dos resultados em detrimento à dedicação exclusiva ao exame de qualificação. Meu orientador, com toda a sua experiência e sabedoria, costumava alertar-me de forma humorística, utilizando a expressão “você está na ponta da prancha”. Esse lembrete constante era uma maneira de me motivar a focar mais no exame de qualificação, que era um requisito para continuar no programa de doutorado. No sistema em que estava inserido, os alunos tinham três oportunidades para serem aprovados no exame de qualificação, e eu só obtive êxito na terceira e última tentativa. Durante os 18 meses em que enfrentei esse desafio, meu orientador repetia essa frase, ressaltando que eu estava em uma situação delicada, como se estivesse prestes a mergulhar no desconhecido. Embora o contexto possa parecer desafiador, a intenção do meu orientador era, na verdade, me incentivar a encontrar um equilíbrio entre a pesquisa e a preparação para o exame de qualificação. A frase “você está na ponta da prancha” tornou-se uma espécie de lema, simbolizando a importância de me concentrar e dedicar esforços necessários para obter sucesso em ambos os aspectos. No final das contas, a situação se resolveu com a minha aprovação no exame de qualificação. O perrengue virou piada entre meus colegas do laboratório e acabou sendo uma lição valiosa sobre a importância de equilibrar diferentes demandas acadêmicas e adaptar minha abordagem conforme as circunstâncias. Em suma, o alerta bem-humorado do meu orientador, refletiu o desafio que enfrentei durante o período de preparação para o exame de qualificação e, no final, consegui superar o obstáculo e seguir adiante em minha trajetória acadêmica”, relatou.
Para quem quer entrar no DCC, Leandro tem alguns conselhos. “Eu diria para desistir do DCC e vim para o IC (risos). Brincadeiras à parte, se você está considerando ingressar no DCC, diria que é uma excelente escolha! Se você já está no DCC, parabéns por fazer parte desse departamento! O DCC oferece um ambiente rico em conhecimento e possibilidades, e a dedicação e o engajamento são essenciais para uma experiência gratificante e bem-sucedida. Aproveite ao máximo tudo que o DCC oferece”, concluiu.
O professor Loureiro conheceu Leandro quando era aluno do mestrado em Ciência da Computação da UFSCar, orientado pela professora Regina Araujo, e foi visitá-la quando organizou um evento internacional em São Carlos, SP. Na oportunidade, Loureiro conheceu um dos resultados do trabalho de dissertação do Leandro, que recebeu o prêmio bastante concorrido de melhor artigo científico do SBRC 2007. “Em 2008, Leandro começou a fazer o doutorado comigo e posso dizer que foi uma epopeia que teve toda a minha admiração. Os desafios e experiências, que ele viveu durante o seu curso, foram impressionantes e mostraram toda a sua capacidade técnica e pessoal em vencer diversas questões considerando todo seu histórico de vida e formação. Se o doutorado tem como principal objetivo formar pesquisadores, o Leandro talvez seja um dos melhores exemplos do resultado positivo desse processo. Investiu na sua formação horizontal em Ciência da Computação, aprendeu a se preparar para um exame de qualificação, que já foi único no País, identificou problemas de pesquisa relevantes, aprofundou a proficiência na língua inglesa, exerceu o trabalho individual e cooperativo, e estabeleceu novas parcerias científicas. Acredito que esse processo tenha forjado muito o pesquisador, educador, empreendedor e administrador que ele se tornou e, hoje, Leandro lidera o Instituto de Computação da Unicamp, um dos principais centros de excelência da nossa área do Brasil. Não tenho dúvida que como diretor recém-empossado do IC da Unicamp, o Leandro levará o Instituto a um novo patamar e garantirá um lugar de destaque da instituição tanto no cenário nacional quanto internacional. Como professor, é uma experiência única ver o crescimento dessa forma de um aluno, mas principalmente de alguém que foi meu orientando, de quem me orgulho muito e hoje é um grande amigo”, falou orgulhoso.
Saiba mais sobre o Leandro em suas redes: https://www.linkedin.com/in/leandrovillas/ e https://www.instagram.com/villas_leandro/