Hugo Valentim Barros estudou no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG) de 1998 a 2004, onde cursou a graduação e o mestrado em Ciência da Computação. “É o lugar que tive mais orgulho de estudar e fazer parte. Fiquei no Departamento por seis anos e sempre tenho aquela vontade de poder voltar um dia. Minha passagem no DCC/UFMG é um daqueles acertos na vida que a gente tem a sensação que repetiria de novo, não importa quantas vezes recomeçasse”, contou saudoso.
Hugo teve como orientador na graduação e no mestrado o professor Sérgio Vale Aguiar Campos, que sempre admirou ao assistir às aulas de Sistemas Operacionais e, também, depois que entrou para iniciação científica na área de Model Checking. “Foi um prazer imenso ser orientado pelo professor Sérgio. Assim como todos os outros professores do DCC que conheci, o Sérgio é daquelas pessoas com capacidade intelectual muito acima da média, o que contribui e facilita demais o trabalho de qualquer um. Outro professor fundamental em minha passagem pelo DCC foi o professor Wagner Meira Júnior. Sempre admirei muito o Meira, que foi meu professor em AEDS III e, depois, em uma matéria mais avançada sobre algoritmos, durante a pós. Meu contato com o Meira foi dentro do Laboratório de Universalização de Acesso (LUAR), onde trabalharam o Sérgio e o Meira na concepção do Computador Popular e, posteriormente, em soluções baseadas em software livre. Tive a oportunidade de exercer uma função de liderança nesse Laboratório, e aprendi bastante sobre como lidar e gerenciar pessoas”, disse.
O ex-aluno teve como tema no mestrado “Distributed Model Checking”, que de forma bem simplista pode ser definido como aplicação de técnicas para verificar se um determinado modelo satisfaz determinadas propriedades. Um tanto abstrato, é muito usado na indústria de hardware para validação de conceitos antes mesmo da implementação em hardware. Ainda pelo DCC/UFMG, Hugo trabalhou como estagiário no Laboratório de Engenharia de Software e Sistemas (Synergia). O Synergia é um reconhecido laboratório que desenvolve soluções reais de tecnologia para o mercado. Lá pude aprender para valer como funciona um time de desenvolvimento de software”, relatou.
Durante o mestrado, Hugo teve a certeza de que queria empreender rápido e, por esse motivo, não quis fazer o doutorado. “Lembro bem das excelentes aulas sobre o tema do saudoso professor Cristiano Becker e do professor Claudionor Coelho. Terminei o mestrado, mais ou menos na mesma época que fundei uma empresa com outros três alunos de mestrado do DCC, Robert Pereira, Juliano Santos e Diego Nogueira. Dessa sociedade nasceu a Base2 Tecnologia, empresa onde eu e o Robert somos sócios há 17 anos. Uma jornada fora do DCC, mas possível justamente por termos passado pelo Departamento. Hoje sou o CEO da Base2, uma empresa com mais de 180 funcionários e especializada na área de qualidade de software”, descreveu orgulhoso.
Para Hugo, o preparo e a capacidade das pessoas do DCC/UFMG o marcaram bastante, dos alunos aos professores, fora a variedade de origens e histórias de todos. “Estudei em um tradicional colégio científico em Belo Horizonte e vivia de certa forma na minha bolha, os alunos e professores do DCC/UFMG tinham outras histórias e experiências. Todos os profissionais do Departamento são de primeira linha e raríssimos no mercado. O contato com eles foi importante para minha formação como pessoa”, contou.
Ao mesmo tempo, o ex-estudante relatou que a passagem no DCC/UFMG foi decisiva para a sua vida profissional. “O preparo que recebi, os fundamentos da área, a experiência em projetos fora da sala de aula e o mestrado me prepararam muito para o mercado de trabalho. Sabendo que estava em uma das instituições de excelência em Computação, sempre estive muito confiante do meu conhecimento e capacidade. Isso ajuda demais para ser um empreendedor. Certamente, se não tivesse passado pelo DCC/UFMG minha história de vida seria outra”, assumiu. Para os futuros alunos e os atuais, Hugo recomenda que aproveitem ao máximo tudo que o DCC/UFMG oferece também fora da sala de aula. Os Laboratórios, os cursos de extensão e qualquer atividade associada ao DCC/UFMG. Recomendo que procure os professores, converse com eles, estabeleça relacionamentos. O Departamento, dentro da sala de aula vai te formar um profissional incrível, mas estabelecer relacionamentos duradouros com seus colegas e professores é que vai realmente fazer a diferença em sua carreira”, concluiu.
Segundo o professor Sérgio, o Hugo é daqueles alunos quietos, que nem se vê na sala de aula. Senta no fundo, mas não fica de conversa com os outros e também não faz muita pergunta. “Quando veio trabalhar comigo aceitei porque acho que se o aluno tem interesse ele deve ter a oportunidade. Ah… Mas que sorte dei, eu não sabia, mas ele era um aluno excelente, um ótimo pesquisador, sério, dedicado e competente. Fez um mestrado excelente em uma área difícil, seu trabalho foi publicado em um dos melhores congressos da área. Depois tentei de tudo para convencê-lo à fazer doutorado, certamente teria sido um doutorado excepcional. Ele me disse que antes de fazer doutorado ia “tirar da cabeça” uma ideia fixa, de ser empresário. Mas se não desse certo ou ele mudasse de ideia voltaria. Haha… estou esperando até agora! Competente como é criou uma empresa de sucesso e hoje é um empresário bem sucedido e que não tem mais tempo para a vida acadêmica. Não me surpreendeu, como empresário é como foi como aluno. Não veio fazer doutorado, mas seguiu um excelente caminho. E, se quiser voltar, certamente será recebido de braços abertos”, disse orgulhoso.
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