Equipe do DCC qualifica a 4ª turma de profissionais da Petrobras

Devido ao sucesso do curso, empresa já planeja a próxima parceria

Terminou, na primeira semana de maio, o curso de Deep Learning promovido pelo Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG para os profissionais da Petrobras. O curso denominado “Inteligência Artificial aplicada à Geociência”, já formou quatro turmas dentro da Petrobras, com média de 15 profissionais de perfis variados em cada turma – geólogos, físicos, geofísicos, químicos, analistas de tecnologia da informação, analistas de negócios, dentre outros. O curso teve a duração de dez semanas, de 8h às 17h. 

Durante o curso, os alunos são acompanhados por professores especialistas e tutores do DCC abrangendo as áreas de Ciência da Computação, Matemática Computacional e Sistemas de Informação. Esses profissionais trabalham de perto  e qualificam os estudantes nesta imersão no mundo da aprendizagem profunda com o uso de redes neurais. Assim, nas oito primeiras semanas de curso os participantes aprendem a usar o Deep Learning, uma técnica que consegue tratar diversos tipos de dados que a Petrobras coleta rotineiramente. Já nas duas últimas semanas, os alunos se dedicaram exclusivamente à construção de um projeto, onde propõem soluções para problemas vividos no dia a dia.

De acordo com um dos professores do curso, Renato Assunção, ao longo do curso os alunos vão percebendo onde melhor utilizar o Deep Learning e conseguem propor soluções eficientes no trabalho diário. “Os alunos ficam imersos para aprender essas técnicas que são muito utilizadas e eficientes para tratar os dados coletados pela Petrobras. Ao mesmo tempo, quando os alunos começam a se familiarizar com essa ferramenta, percebem que os problemas que têm na empresa podem ser resolvidos utilizando essas técnicas. O objetivo do curso é que os alunos aprendam a utilizar esta ferramenta nos problemas que podem utilizar esta técnica. Assim, nas últimas duas semanas, todos criaram soluções reais para problemas reais que têm dentro da Petrobras, mas sempre usando o Deep Learning”, contou.

Segundo o analista de sistemas da Petrobrás, Ricardo Szczerbacki, os resultados dos cursos são sensacionais. “Já estamos na quarta edição deste curso e só vemos evolução. Temos aqui não só a possibilidade de trazer as nossas complexidades com relação aos dados que temos, mas também estamos em um ambiente focado em pesquisa e evolução metodológica constante, o que traz uma visão para os alunos que vai além de só conhecer a ferramenta que iremos trabalhar no dia a dia, mas se aprofundar no conhecimento acadêmico e na pesquisa com as características dos dados que são nossos e do nosso negócio. Como estamos construindo isso há alguns anos, o curso vem cada vez mais incorporando o conhecimento que mistura as duas áreas: a Geociência com a Ciência de Dados. Claramente vemos resultados extremamente positivos após o curso. As pessoas saem daqui com a capacidade de entender problemas do dia a dia e propor uma solução. Os pesquisadores do DCC, com este curso, estão nos proporcionando criar uma massa de pessoas com perfil geocientistas com a capacidade de compreender e aplicar as técnicas aprendidas”, garantiu.

Já a gerente de tratamento de dados geológicos da Petrobras, Ana Paula Pelosi, contou que a empresa tentou fazer este curso com várias outras instituições, inclusive fora do Brasil, mas que não houve o sucesso proporcionado pelos pesquisadores do DCC. “Tentamos com diversas instituições, inclusive fora do Brasil, que tinham a expertise em algumas áreas que eram aplicadas na Machine learning, mas não conseguiram o que queríamos, ou seja, casar o uso adequado da ferramenta com a geociência. Sabendo no Know how da equipe do DCC, das inúmeras publicações que têm, os projetos que se envolvem e o vasto conhecimento técnico, optamos em fazer os cursos aqui, o que está sendo um sucesso há quatro edições e com resultados sensacionais na empresa. Observamos que ano após ano há uma melhoria, a equipe compreende os nossos problemas e sabe nos orientar como buscar as melhores soluções utilizando a ferramenta”, disse.

Ainda segundo Pelosi, já existem dentro da empresa projetos que utilizam os conhecimentos adquiridos com o curso. “Já temos dentro da Petrobras projetos que usam os resultados deste treinamento. Selecionamos os profissionais conforme de diferentes áreas de atuação e formação. Temos físicos, geofísicos, geólogos, engenheiros, cientistas da computação, engenheiros de software, dentre outros. É uma maneira de trazer o conhecimento da Inteligência Artificial para diferentes áreas da companhia. Já vemos uma transformação na forma de trabalhar. Temos métodos tradicionais de trabalho, e os alunos que participam chegam à empresa com uma qualificação diferenciada e que não tivemos na graduação. Após o curso, todos trabalham de uma forma muito mais rica com a base enorme de dados que temos, trazendo muitos ganhos nas informações que conseguimos. Por isso, já estamos planejando a renovação do nosso contrato para um próximo curso”, afirmou. 

Além de cursos de técnicas específicas, como o ministrado aos profissionais da Petrobrás, o DCC oferece outros cursos, consultoria e a residência, que funciona como a residência médica, onde o onde o aluno aprende a colocar em prática técnicas que conhece, mas não sabe ainda mapeá-las com os problemas reais que encontra. A residência auxilia a estabelecer a ponte entre os problemas reais, com suas especificidades e complexidades, com as técnicas de análise de dados aprendidas em situações mais controladas e situações de laboratório de análise de dados.

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