Atualmente professora da Universidade Federal de Viçosa, Sabrina Silveira cursou a graduação em Ciência da Computação no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG. Além disso, fez o doutorado em Bioinformática na UFMG e retornou para o pós-doutorado no DCC. “Ingressei no curso de Ciência da Computação no segundo semestre de 2004, concluindo no segundo semestre de 2008. Na sequência, em 2009, ingressei no doutorado em Bioinformática da UFMG, sob orientação do professor Wagner Meira Jr., de modo que durante meu doutorado também estive nas dependências do DCC, mais especificamente no Laboratório de Bioinformática e Sistemas (LBS), onde tive a colaboração da professora Raquel Minardi. O doutorado foi concluído no início de 2013 e, depois, fiz um pós-doc, também com orientação do Meira e da Minardi”, contou.
Sabrina, desde a graduação, já gostava da área de Bioinformática. “Fiz Iniciação Científica, sob a orientação do Meira, na área de Bioinformática. Essa oportunidade foi muito importante pra mim pois, após terminar meu ensino médio e curso técnico em Informática Industrial no CEFET-MG, mesmo antes de ingressar no curso de Ciência da Computação no DCC/UFMG, tomei conhecimento e tinha grande interesse pela área de Bioinformática. Soube da possibilidade de propor/aplicar modelos, algoritmos e ferramentas de computação em problemas essencialmente biológicos, o que muito me motivava. O Meira me deu a primeira oportunidade de trabalhar com Bioinformática, ainda na graduação, e me colocou em contato com a Raquel, então doutoranda em Bioinformática. Ao final da graduação em Computação, ingressei diretamente no doutorado em Bioinformática da UFMG, também sob orientação do professor Wagner e com a colaboração da professora Raquel Minardi. Sou muito grata aos dois pela orientação e parceria”, falou agradecida.
Para a ex-aluna, a passagem pelo departamento contribuiu bastante para chegar onde chegou. “Sem dúvida o DCC contribuiu para estar onde estou. Pelo nível de excelência do departamento, ser bacharel em Ciência da Computação pelo DCC/UFMG é praticamente um selo de qualidade. Além disso, acredito que os exemplos contam muito em nossa formação e, nesse sentido, sempre vi meus orientadores envolvidos em pesquisa, submetendo projetos a diversos editais de fomento e com protagonismo em suas áreas de atuação, o que é evidenciado por várias publicações e premiações em conferências de grande prestígio”, afirmou.
Segundo Sabrina, durante a graduação passou por alguns “perrengues”, mas todos valeram a pena e a levaram a ir mais longe. “Na graduação, cada trabalho prático, os chamados TPs, eram um perrengue. Mas esses TPs rendiam momentos de descontração com os colegas, nas longas horas fazendo os trabalhos nos laboratórios do DCC e nos finais de semana que precisávamos nos reunir para fazer os trabalhos. Duas coisas me marcaram muito em minha passagem pelo DCC: o nível de excelência e o universo de possibilidades. De modo geral, as disciplinas eram ministradas por professores que desenvolviam pesquisa nas áreas que lecionavam e nos davam trabalhos práticos que demandavam considerável tempo e esforço da nossa parte. Sinto que isso nos preparou para quaisquer desafios que o mercado ou a academia poderiam nos trazer. No DCC tive contato com professores especialistas nas mais diversas áreas da computação, me dando um leque de possibilidades para seguir na área acadêmica. O DCC representa, para mim, tempos de dedicação, esforço, sufoco (algumas vezes), mas, também, conquista. É muito gratificante, após anos de formatura, colocar os anos da graduação em perspectiva e ver que todo o esforço foi recompensado”, garantiu.
De acordo com a ex-estudante, após a passagem pelo DCC, teve uma experiência que demonstrou a importância do departamento em sua vida profissional. “Em 2018-2019 fiz um pós-doutorado no European Bioinformatics Institute (EMBL-EBI), em Cambridge, no Reino Unido, que é referência em pesquisa em Bioinformática. Ao chegar no grupo de pesquisa, me deparei com uma equipe de pesquisadores que se formou em algumas das universidades de maior prestígio no mundo, como a Universidade de Cambridge e a Universidade de Oxford. Em um primeiro momento tive a preocupação de como poderia contribuir neste cenário, mas no decorrer do tempo consegui trabalhar bem com a equipe e propor uma estratégia de mineração de dados que resultou em publicações em revistas de alto nível [1, 2]. Percebi que a preparação recebida na UFMG, e principalmente no DCC, nos permite contribuir com a pesquisa desenvolvida em instituições internacionais renomadas”, assegurou.
Para os que desejam entrar no DCC, ou já estão, a ex-estudante ressalta que todo o esforço valerá a pena. “Aos que querem entrar, diria que vale muito a pena fazer seu melhor esforço para passar pelo DCC, pois é um divisor de águas na vida profissional. Aos que já estão, minha sugestão seria aproveitar ao máximo o que essa experiência pode oferecer, fazendo todas as disciplinas optativas que lhe interessem, o que dará a oportunidade de ter contato com mais professores que desenvolvem pesquisa de alto nível em variadas áreas. Além disso, façam Iniciação Científica e, se possível, participem de conferências apresentando pôster, ou quem sabe um artigo científico. A mensagem que ficou para mim da minha passagem pelo DCC é que o trabalho é chave para o sucesso. Sendo na vida pessoal ou profissional, se você se dedica, coloca tempo, esforço e trabalho num objetivo com regularidade, mesmo que encontre adversidades pelo caminho (e elas certamente virão) você alcançará o que almeja.”, concluiu.
Segundo a professora Raquel, Sabrina sempre foi muito competente, resiliente e disciplinada. “Conheci a Sabrina durante seu doutorado. Ela teve que se mudar com a família para o México e fazer parte do seu trabalho a distância. Nunca vi uma pessoa tão comprometida e disciplinada com seu trabalho. Mais tarde, tive a oportunidade de conviver com ela enquanto era pós-doutoranda no DCC. Ela estava grávida de seu segundo filho neste período e prestando concursos públicos nas universidades federais. Se não me engano, foi quando ela foi aprovada para a UFV, onde é docente. Pude acompanhar bastante o estabelecimento dela como docente e pesquisadora. Ela ingressou em um momento de grandes desafios para o financiamento da ciência no país e me impressiona a sua resiliência e disciplina na construção de seu grupo de pesquisa na instituição. Desejo muito sucesso para ela na carreira e tenho grande confiança de que ainda terá grandes conquistas”, disse orgulhosa.
[1] https://doi.org/10.1093/bioinformatics/btaa805
[2] https://doi.org/10.1093/nar/gkac323
Saiba mais sobre a Sabrina em sua página: www.dcc.ufmg.br/~sabrinas