Aluno do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG desde a graduação, quando cursou Matemática Computacional, Marcos Alves de Almeida não parou os estudos por aí e, logo que se formou, partiu para o mestrado em Ciência da Computação, onde trabalhou com o tema de geração automática de playlists de músicas. Orientado pelo professor Renato Martins Assunção e coorientado pelo professor Pedro Olmo Stancioli Vaz De Melo, o ex-aluno saiu do DCC em 2019. “Gostei muito de tê-los como orientadores, pois eles contribuíram muito em meu conhecimento”, garantiu.
Segundo Marcos, o DCC o ensinou a base de diferentes áreas da computação. “Tudo que aprendi no departamento me possibilita hoje aprender novas ferramentas com mais facilidade, pois tenho os conhecimentos fundamentais que constroem as tecnologias e algoritmos novos que estão surgindo. Devo a minha passagem pelo DCC ao lugar que estou hoje. Quando penso na sequência de eventos que me levaram a estar onde estou, o DCC é uma parte central. Com o departamento pude conhecer professores e alunos que me ajudaram a ser hoje um cientista de dados na Big Data”, afirmou.
Enquanto esteve no DCC, Marcos aproveitou todas as oportunidades que surgiram e, para quem deseja entrar ou já está, enfatiza a importância da Maratona de Programação e de outras formas de se conectar e participar das atividades proporcionadas pelo departamento. “Minha dica principal é participar das maratonas de programação. Na Maratona conseguimos aplicar os conhecimentos que aprendemos nas disciplinas de programação, e aperfeiçoar nossa capacidade de solucionar problemas computacionais. Participei de maratonas de programação por bastante tempo, e creio que isso contribuiu muito para minha capacidade de elaborar soluções para os problemas que encontro no mercado de trabalho. Também recomendo fazer várias disciplinas optativas, explorando as diferentes áreas da computação, pois é difícil saber qual a área que iremos gostar de trabalhar. No início do meu último período de graduação eu tinha uma ideia de qual área gostaria de seguir. Para completar minha carga horária, me matriculei na disciplina de Fundamentos Estatísticos para Ciência dos Dados, do professor Renato Assunção. Me fascinei pela disciplina e pedi para ele me orientar no mestrado. Hoje trabalho como cientista de dados na Big Data, e não estaria nesta área se não tivesse cursado a disciplina”, contou.
Segundo o professor Renato, o ex-aluno sempre demonstrou grande amor pela teoria e a prática da computação. “Marcos se encantou com um problema sugerido a mim por Filipe Arcanjo, que hoje está no Google. A questão era proporcionar a alguém que faz um trajeto de carro ou de ônibus todos os dias ouvir uma playlist que comece num estilo musical e que, lentamente, vá migrando para outro estilo musical. Seria como querer sair de casa ouvindo jazz e chegar ao trabalho ouvindo Harry Styles. Além de fazer esta transição de forma suave, também deveria ter uma playlist diferente a cada dia. Marcos encarou este problema e deu mais de uma solução, o que gerou um artigo em revista de grande impacto científico e um aplicativo para que todos possam criar suas playlists. Clique aqui e dê uma olhada, é super legal! Assim, em seu mestrado, Marcos mostrou como podemos fazer passeios aleatórios no espaço musical. Depois do mestrado, ele foi fazer passeios pelo PIB brasileiro, ajudando as grandes e pequenas empresas do Brasil (e agora, do exterior também) a usarem ciência dos dados para alavancar seus negócios. Ele faz tudo isto de forma suave, do jeito Marcos de ser’, contou.
Segundo o professor Pedro, uma das maiores satisfações que tem no trabalho de professor é poder colaborar e ajudar na formação de pessoas como o Marcos Almeida. “Academicamente, Marcos fez um mestrado brilhante, o gerador de playlists é sensacional. O seu gerador é capaz, por exemplo, de iniciar uma playlist com Britney Spears e terminar com Black Sabbath, sem que os ouvintes estranhem as transições entre as músicas. Esse trabalho gerou uma excelente publicação no periódico ACM Transactions on Multimedia Computing, Communications, and Applications. Esse trabalho só foi possível porque o Marcos, além de ser muito inteligente, é uma pessoa muito determinada. O trabalho envolveu diversas etapas árduas de coleta de dados, desenvolvimento de software, análise de dados e modelagem e que, graças ao comprometimento e competência do Marcos, foram todas realizadas rapidamente. Mais do que isso, Marcos sempre se mostrou preocupado e muito crítico quanto à qualidade do seu trabalho, o que só fazia o trabalho melhorar a cada semana. Marcos é o tipo de aluno que todo professor gostaria de ter como orientando. No quesito pessoal, Marcos é uma pessoa encantadora, muito generosa, educada e agregadora. É o tipo de pessoa capaz de transformar para o bem todo o ambiente que convive. Com certeza deixou muita saudade no laboratório!’, disse saudoso.