Sonho de criança em trabalhar com computadores levou ex-aluno ao DCC e ao empreendedorismo de sucesso

Ao conhecer um computador MSX, quando criança, o ex-aluno do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG), Robert Pereira Pinto, 42, não entendia muito o que era possível fazer, mas sabia que queria trabalhar com isso quando se tornasse adulto. Assim, iniciou a busca por concretizar seus sonhos e cursou  informática no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Posteriormente, já trabalhando, ingressou na graduação em Ciência da Computação no DCC e, logo em seguida, cursou o mestrado no Departamento, formando-se em 2006. 

Em busca pelo empreendedorismo e pensando em ampliar seus horizontes no futuro, Robert desde a graduação, desejava cursar o mestrado. “Queria empreender, mas caso não conseguisse, poderia ter opções e ingressar na área de pesquisa e na academia, me tornando, inclusive, professor, o que também seria muito bom,” comentou. No Laboratório SPEED (System Performance Evaluation and Experimental Development), coordenado pelo professor do DCC Wagner Meira Jr., seu orientador no mestrado, o ex-aluno conheceu os desafios que a área proporciona, o que os projetos de alta tecnologia precisam, além de ter ampliado contatos. “Foi a época em que tive os melhores contatos, parceiros e pessoas que se envolviam direta ou indiretamente com o Laboratório. Foi um momento sem igual. Minha vida mudou da água para o vinho na época do CEFET e, no DCC, de um vinho de média qualidade para um vinho de extrema qualidade”, contou.

Desde antes da graduação o ex-estudante teve experiências profissionais e, em 2001, trabalhou como estagiário em uma empresa que nasceu no Laboratório que cursou o mestrado, o que o ajudou a ingressar na iniciação científica no mesmo local. Neste período, desenvolveu pesquisas, artigos, além do capítulo de de um livro. “Entrei no DCC com sonhos e sem saber como concretizá-los, saí empresário. No Laboratório havia o projeto de computadores populares, voltado para ampliar o acesso aos computadores para as classes sociais que não tinham essa possibilidade. Meus futuros sócios trabalhavam nesse projeto e, dessa forma, partimos para trabalhar com softwares livres, o que nos permitiu ter a primeira experiência com a área de testes de software, onde desenvolvemos uma plataforma de testes baseada em software livre. Foi a partir desse momento que começamos a oferecer mão de obra qualificada para testes de software e montamos uma empresa. Tivemos muitas dificuldades externas, mas muito apoio dentro do DCC”, disse.

Depois de alguns desafios, algumas idas e vindas, Robert conseguiu, junto com colegas do DCC, concretizar e fortalecer a empresa idealizada dentro do Departamento, atualmente denominada Base2 Tecnologia, que já tem 16 anos de mercado. Inclusive,no momento, o ex-aluno atua dentro da empresa no desenvolvimento de um projeto inovador, o Crowdtest, uma plataforma onde milhares de pessoas espalhadas pela Internet conseguem renda extra realizando testes remotamente para os seus clientes. “Passamos por diversos perrengues, mas, nessa época, acho que o maior que passei foi o fato de unir o casamento, filho recém nascido e estudos, o que não me arrependo de forma alguma. Mas, estudos, casamento sem recursos financeiros, abertura de uma empresa ainda sem perspectivas e a gravidez da minha esposa no meio do mestrado foi assustador. Olhando pra trás não me arrependo de nada. Minha empresa nasceu junto com o meu filho, que é uma benção. Inclusive, minha esposa é minha grande incentivadora e nunca me deixou fraquejar. A Base2 é um sonho realizado, empresa já reconhecida e sólida no mercado”, comemora.

Durante a trajetória no DCC, na vida profissional e pessoal, Robert avalia que teve derrotas que trouxeram amadurecimento e ensinamentos. Já as vitórias trouxeram afago e força. Digo que minha história é recheada de grandes vitórias. Sou filho de mãe solteira, fui criado pela minha tia e seu marido, que sempre chamei e considerei pai. Tínhamos pouquíssimos recursos e estudei sempre em escola pública, tinha tudo pra dar errado. Mas tive apoio de muitas pessoas, dentre elas minha mãe, minha tia, meu pai, minha esposa e, claro, também corri atrás. Fiz curso técnico, graduação e pós em escolas maravilhosas. Consegui fazer a minha graduação e mestrado em uma das melhores faculdades do Brasil, quiçá do mundo, coisa que muitas pessoas com condições financeiras não conseguem. Hoje sou muito feliz e realizado, pai de dois filhos sensacionais, uma esposa excepcional e tenho a minha empresa, um sonho realizado, que está muito bem no mercado. Se eu voltasse no tempo e contasse como estou hoje para mim mesmo não acreditaria em todas essas realizações que conquistei. Não mudaria nada que fiz”, afirmou.

Ao mesmo tempo, o ex-aluno ressalta toda a gratidão por tudo que passou nos tempos do DCC, dos ensinamentos de todos os professores que conviveu, aprendizados que ressalta não só acadêmicos, mas, principalmente,da experiência. “Passamos por várias dificuldades, desafios, cobranças, pressão, que forjaram o que sou hoje, não só profissionalmente, mas como pessoa. Sou eternamente agradecido a todos os professores, são excepcionais. Todas as conversas me agregaram e me ajudaram a definir o caminho a seguir e, hoje, posso dizer que consegui chegar ao sucesso, não só o profissional como o pessoal. Não vejo a minha vida sem o DCC, não seria o que sou se não tivesse passado por lá, só gratidão e nenhum arrependimento, tudo valeu a pena, estou colhendo os frutos de tudo que vivi desde que entrei no Departamento”, concluiu.

De acordo com o professor Wagner, Robert foi um ótimo aluno em várias dimensões. “O seu sucesso profissional é uma demonstração inequívoca da sua capacidade técnica e não tenho o que acrescentar. Mas o bom aluno vai além da dimensão técnica. Mais do que um empreendedor, Robert era automotivado e entusiasmado para qualquer empreitada. Sempre me chamou a atenção a sua capacidade de encarar desafios, quaisquer que fossem. Fico muito feliz que o DCC e o Speed tenham provido o ambiente para que se realizasse e fosse feliz, o que é sempre muito difícil de separar no seu caso”, comentou.

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