Nesta segunda-feira, 05, o projeto coordenado pela professora do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, Raquel Minardi, foi contemplado em chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) para novas tecnologias e ferramentas de bioinformática em biotecnologia. O projeto visa criar um núcleo de aceleração de produtos e serviços tecnológicos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Bioinformática da UFMG a ser expandido para outros PPGs na área e, para tal, terá o incremento financeiro de R$400.000 para aquisição de equipamentos, custeio e bolsa de desenvolvimento em ciência, tecnologia e inovação.
Esse núcleo terá, a princípio, quatro eixos principais: 1) a formação de recursos humanos com foco no desenvolvimento tecnológico e de inovação e no empreendedorismo; 2) a construção de interfaces com empresas de base biotecnológica; 3) a aplicação, como prova de conceito, em pelo menos 3 projetos de pós-graduação do PPG que visem desenvolver ferramentas de Bioinformática para Biotecnologia e 4) a expansão deste modelo para outros PPGs interessados em implantar um núcleo de inovação.
De acordo com a professora, a Biotecnologia é o desenvolvimento e uso de tecnologias baseadas em processos biomoleculares visando produtos úteis para a sociedade. “A Bioinformática trouxe avanços, elevando o entendimento no combate a patologias, redução e mitigação de danos ao meio ambiente, uso eficiente e limpo de fontes de energia, entre outros. Graças a avanços tecnológicos, cientistas e empresas têm acesso a enormes volumes de dados de ampla gama de organismos com potencial de uso biotecnológico. A sinergia entre a computação e a biologia é profícua, avançando a geração de conhecimento para inovação. Além disso, novas arquiteturas de redes neurais profundas têm sido úteis no desenvolvimento de técnicas inovadoras neste campo”, explicou.
Segundo Minardi, o Programa de Pós-Graduação em Bioinformática da UFMG é o maior e mais tradicional na área no país, com tradição no desenvolvimento de ferramentas de Bioinformática para Biotecnologia. “São pelo menos 26 softwares disponibilizados publicamente. Uma das especialidades é a resolução de problemas através de modelos e algoritmos, gerando ferramentas. O corpo docente e discente, diverso e qualificado, há duas décadas trabalha com problemas inovadores, coleta e analisa dados em larga escala, propõe soluções e implementa serviços baseados em técnicas do estado-da-arte, como inteligência artificial usando computação de alto desempenho”, contou.
Ainda conforme a docente, o mote do projeto é levar o PPG em Bioinformática da UFMG a um novo nível no cenário da inovação. “Pretendemos construir um ecossistema para o desenvolvimento de produtos e serviços gerados nas dissertações e teses. Pretendemos acelerar ideias inovadoras passíveis de transferência tecnológica ou da criação de empresas. Criaremos uma trilha formativa guiando os alunos no desenvolvimento de produtos/serviços como resultado dos projetos, culminando em protótipos. Planejamos atrair um aglomerado de empresas para parcerias para desenvolvimento de ferramentas e desenvolvimento de dissertações/teses embasadas em encomendas tecnológicas”, disse.
Participam do projeto, docentes permanentes e colaboradores do Programa de Pós-Graduação em Bioinformática da UFMG, do qual o DCC é um dos departamentos fundadores, sendo, além da professora MInardi, os professores Aristóteles Góes Neto (Departamento de Microbiologia/UFMG), José Miguel Ortega (Departamento de Bioquímica e Imunologia/UFMG), Leonardo Lima (Departamento de Exatas e Biológicas/UFSJ0-Campus Sete Lagoas) e Sabrina Silveira (Departamento de Informática/UFV), além de dez discentes da pós-graduação.