Professora do DCC/UFMG vence a timidez da adolescência e se torna referência como pesquisadora

Professora do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG desde 2020, além de ex-aluna do mestrado no Departamento, Michele Nogueira Lima fez graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Ciência da Computação, paixão de infância, quando era apaixonada pelas disciplinas de ciências exatas, como Matemática e Física. Também amante da Biologia, quando chegou o momento de escolher o caminho a seguir nos estudos ficou em dúvida entre as áreas de exatas e biológicas, mas o caminho das exatas venceu. “Na escola, sempre gostei muito das disciplinas de ciências exatas, como Matemática e Física, assim como Biologia. No momento de escolher fiquei em dúvida qual caminho seguir, mais ligado às Exatas ou à Biologia. Acabei escolhendo o caminho das Exatas”, contou. Muito tímida, o maior desafio enquanto estudante foi superar a timidez.  “Enquanto estudante o que mais me marcou foi a relação agradável e cooperativa entre os colegas e com os professores, que sempre foram muito abertos e disponíveis a ajudar. Sempre fui muito tímida e foi um desafio superar, mas, também, um incentivo e uma inspiração”, disse.

Dedicada e focada em tudo que faz, Michele buscou a área da docência pensando na oportunidade que teria em transmitir o conhecimento que havia aprendido e, ao mesmo tempo, a ânsia de aprender mais todos os dias. “Sou uma professora capaz de tirar os alunos da zona de conforto, para crescerem como profissionais e também como pessoas, mas, da mesma forma, cresço com eles. Leciono as disciplinas de Introdução de Sistemas Lógicos, Redes de Computadores e Cibersegurança e, lecionar, assim como realizar pesquisas, me traz a oportunidade de estar à frente e criar. Sou movida a desafios, explorar o novo me inspira. Em minhas pesquisas quero contribuir cientificamente e tecnologicamente para a construção de sistemas e comunicação seguros e resilientes, além de disseminar e conscientizar sobre a necessidade de uma cultura pró-ativa da cibersegurança”, afirmou.

Sempre muito ativa, Michele, além de cientista da computação nas áreas de redes de computadores, segurança de redes e privacidade dos dados e professora do DCC/UFMG, é membro titular do Conselho Nacional de Proteção dos Dados Pessoais e da Privacidade (CNPD) da Autoridade Nacional de Proteção dos Dados Pessoais (ANPD), membro permanente do programa de Pós-graduação em Ciência da Computação e foi, de 2010 a 2020, professora do Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Também é membro sênior da Association for Computing Machinery (ACM) e do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), em reconhecimento à sua liderança e contribuições técnicas e profissionais. Dedica-se a pesquisas voltadas à segurança e à resiliência de redes e comunicação sem fio com aplicações em vários setores da sociedade, tais como saúde e transportes. Suas pesquisas têm resultado na proposição de modelos matemáticos, protocolos e arquiteturas de sistemas. Possui atuação ativa em sua área de pesquisa, coordenando diversos projetos de pesquisa e inovação, dentre eles o projeto temático MCTI/CGI.br/FAPESP MENTORED, cujo objetivo é realizar desde a modelagem até a experimentação de soluções contra ataques DDoS no contexto da Internet das Coisas (IoT).

Com um currículo vasto, Michele é autora do primeiro livro no Brasil que trata do uso de comunicação sem fio na área da saúde, publicado em 2010, sob o título “Saúde Móvel: Conceitos, Iniciativas e Aplicações”. A docente também já foi membro do comitê consultivo da Comissão Especial em Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais da Sociedade Brasileira de Computação e editora técnica associada do periódico “IEEE Communications Magazine”, entre 2012 e 2020 e dos periódicos “Computer Communications”, “Journal of Network and Systems Management”. Atualmente, é editora associada do periódico “IEEE Communications Surveys & Tutorials” e editora da revista IEEE Network Magazine. Coordenou o Comitê Técnico da Internet do IEEE ComSoc e coordena a Comissão Especial de Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (CESeg) da SBC, além de ser representante da IEEE ComSoc no IEEE Systems Council, member-at-large do IEEE Strategic Planning Standing Committee .

Para Michele, o maior desafio para realizar as pesquisas é o financiamento, mas, apesar disso, não perde a motivação. “Não pode faltar em um pesquisador a motivação e a disciplina, além da perseverança. Vejo que os alunos do DCC/UFMG são muito dedicados e competentes e tanto para aqueles que desejam permanecer na pesquisa, quanto para os que querem ingressar no mercado não pode faltar a motivação e a perseverança. O DCC/UFMG representou para mim o alicerce em minha formação profissional, é um Departamento de excelência, com seus desafios e uma motivação conjunta de fazer o melhor em todas as áreas”, afirmou.

Nas horas vagas, Michele adora praticar esportes, como nadar, pedalar e correr. Além disso, gosta de ler e, claro, de momentos de descanso e não fazer nada, somente descansar. Segundo o também professor do DCC/UFMG, Daniel Fernandes Macedo, que estudou com Michele durante o mestrado e o doutorado, em breve a professora será vista participando de um ironman. “Conheço a Michele desde o mestrado e acabamos fazendo o doutorado juntos, na França. Desde muito tempo ela é esportista, corredora e, atualmente, está evoluindo para esportes mais completos, não demora muito a veremos participando de um ironman, não duvidem disso. Aqui no DCC/UFMG temos alguns grupos no whatsApp, como o famoso DCC Galo e um grupo da corrida, que ela é participante junto com outros professores e funcionários. Temos famosos corredores aqui, como o Rosencler de Oliveira, o Alexandre Cunha e o Fernando Quintão, que inclusive ganhou uma competição de corrida recentemente na UFMG. O Fernando que se cuide, porque agora tem a Michele que vai dar trabalho pra ele ganhar a próxima competição”, falou.

Segundo o professor do DCC/UFMG José Marcos Nogueira, quando Michele veio para o Departamento fazer o mestrado, escolheu trabalhar na dissertação com o professor Dorgival Olavo Guedes Neto, mas sempre tiveram um relacionamento próximo. “Ela fez muito bem em escolher o professor Dorgival, mas sempre estivemos muito próximos. Nos tornamos mais amigos do que somente a relação professor-aluna. Estávamos na mesma área de trabalho, participando de projetos conjuntos e, por isso, sempre estávamos perto. Sempre acompanhei a vida acadêmica da Michele, desde o mestrado até o doutorado ou mais. Fui relator do trabalho de tese dela e participei da banca de defesa da tese na Université Sorbonne (ou Université Pierre et Marie Curie/ Laboratório LIP6). Michele está perseguindo uma bela carreira, participa de iniciativas diversas, tanto no país quanto no exterior, é digna de muito respeito perante os colegas da sua área. Ela é muito ativa no movimento de valorização das mulheres na SBC, é uma triatleta de primeira e, no meu caso, amiga da minha família. Foi um tremendo ganho para nós ela ter vindo para o DCC. Para mim é motivo de muita satisfação ela ter escolhido trabalhar conosco!”, disse contente.

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