Pedro Caldeira, ex-aluno do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG), fez a graduação e o mestrado no Departamento entre os anos de 2011 e 2019. Nesse período, o que mais o marcou foi a competência científica dos professores. “As pesquisas são a frente do tempo e te possibilitam especializar em qualquer assunto, seja dentro da Computação ou em uma eventual pós-graduação. Na graduação, a grade curricular é muito bem construída e exige que experimente diversas disciplinas, evitando uma especialização precoce, o que te torna mais preparado para situações multidisciplinares”, afirmou.
Segundo Pedro, o DCC/UFMG representa excelência. “Em um momento em que as instituições de pesquisa públicas são tão questionadas, o DCC/UFMG é modelo de transformação social e tecnológica. Para falar além dos egressos, a pesquisa feita dentro do Departamento são de ponta e impactam positivamente a sociedade. Fui orientado e coorientado pelos professores Renato Antônio Celso Ferreira e Fernando Magno Quintão Pereira, respectivamente, e foi uma honra e um privilégio ter tido mestres tão brilhantes quanto eles”, disse saudoso.
De acordo com o ex-aluno, o DCC/UFMG contribuiu em absolutamente tudo em sua vida. “O prestígio do Departamento abre uma lista extensa de oportunidades profissionais, sejam elas nacionais ou internacionais. A infraestrutura do Departamento é ótima, as salas de aula, os laboratórios, os equipamentos, tudo é da melhor qualidade. O corpo docente é impecável e preparado para te guiar, seja na carreira acadêmica, industrial ou até mesmo empreendedora. Outra coisa incrível no Departamento é o networking, a maioria dos meus colegas de turma são referência no que fazem”, contou orgulhoso.
Neste contexto, tanto para quem vai entrar quanto para quem está em curso, Pedro chama a atenção para que se dedique sempre o máximo que puder, o que irá trazer oportunidades. “Sempre terá pessoas dentro do Departamento para te guiar. Encontre a sua paixão e vá além, seja em uma disciplina, seja na pesquisa dentro dos laboratórios, seja o que for, aproveite ao máximo. Ao mesmo tempo, o ex-estudante do DCC/UFMG alerta. “Sabe o estereótipo do programador virando a madrugada? Prepare-se para viver essa experiência e descobrir que não é tão glamouroso quanto parece. Perdi a conta de quantos trabalhos entreguei às 23h59min e as olheiras nas apresentações eram impossíveis de esconder”, desabafou.
Para Pedro, a carreira no DCC/UFMG é uma jornada, do primeiro ao último dia. “O desafio é constante, sempre te estimulando a ir um passo além. Para aqueles que abraçam a oportunidade é impossível não sair um profissional completo, não apenas tecnicamente capacitado, mas muito mais resiliente e criativo. Até hoje me impressiono com a qualidade dos trabalhos que fiz durante as disciplinas”, conta honrado.
Atualmente Pedro é desenvolvedor de software na IBM e tem por objetivo melhorar a performance em rotinas de Inteligência Artificial. Todo o trabalho que desenvolve é open source e envolve majoritariamente álgebra linear, arquitetura de computadores e compiladores. “Sem a menor dúvida eu não estaria no meu cargo sem o DCC/UFMG. A vaga a qual apliquei foi enviada diretamente ao professor Fernando, perguntando se ele poderia divulgar aos alunos e se tinha algum aluno para indicar. Os ex-alunos do DCC/UFMG são disputados pela indústria e o assédio é constante. Graças ao professor e a tudo que aprendi dentro do Departamento estou onde estou”, disse agradecido.
O interesse em ir além faz parte do Pedro desde a graduação. Após uma aula na disciplina de compiladores do professor Renato e, apesar do jeito meio tímido, perguntou ao docente se haveria algum trabalho ao qual ele poderia participar. “Na época eu estava em negociação de um projeto grande com a LG e precisaria de pessoas, então o chamei para trabalhar inicialmente sem compromisso. Com o passar do tempo, o projeto da LG foi aprovado e o Pedro passou a integrar a equipe, tendo um desempenho excepcional. A equipe que montei naquele projeto foi toda excepcional. Na realidade, todos os alunos que fizeram parte daquele projeto estão hoje muito bem posicionados no mercado de trabalho. Ao final desse projeto o Pedro se formou e, na sequência, iniciou o mestrado. No mestrado ele trabalhou numa extensão do projeto para outro tipo de hardware, mas em uma “pegada” mais científica. Pedro defendeu o mestrado com sucesso, e apesar do meu interesse em tê-lo no doutorado, o mercado falou mais forte. Ele recebeu uma excelente oferta e se foi… Espero que um dia ainda volte. Pedro tem grande capacidade para conduzir projetos avançados e para trabalhar em equipe com desafios não triviais” falou saudoso o professor Renato Ferreira.
Já o docente Fernando conta que foi uma felicidade ter sido professor de Pedro em duas disciplinas diferentes: Linguagens de Programação e Análise Estática, além de, posteriormente, ter tido o privilégio de ser seu coorientador de mestrado. “Em todas essas ocasiões, foi sempre um prazer trabalhar com Pedro. Ele é um rapaz muito esforçado, diligente, criativo e inteligente. Ele tem uma capacidade ímpar de encontrar soluções simples e elegantes para problemas difíceis. E, acima disso tudo, ele consegue ser uma pessoa das mais agradáveis que eu conheço. Até hoje ele continua encontrando seus ex-colegas de laboratório, que, aliás, sempre fazem muita festa quando o vêem. Atualmente, na IBM, Pedro otimiza código de bibliotecas que vão possivelmente executar em muitos computadores diferentes. Esse tipo de tecnologia requer mão de obra especializada e que é muito difícil e cara de formar. O fato de Pedro ter esse tipo de conhecimento nos deixa muito orgulhosos enquanto professores. A possibilidade do DCC/UFMG poder entregar para a sociedade profissionais como o Pedro demonstra a importância desta universidade e deste departamento para assegurar a independência tecnológica de nosso país”, falou orgulhoso.