Ex-aluno de doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC), Thiago Luange Gomes fez parte da equipe do Laboratório de Visão Computacional e Robótica (VeRLab), onde, segundo ele, passou um período extremamente marcante. “O que mais me marcou no DCC foi a equipe VeRLab. Além dos equipamentos de ponta, o laboratório conta com uma equipe de professores e alunos muito competentes e com um ambiente que fomenta a colaboração. Fui orientado pelo professor do Departamento de Ciência da Computação (DCC), Erickson Rangel do Nascimento, e coorientado pelo professor Renato José Martins, da França. Foi muito importante para mim fazer parte desse ambiente”, disse.
O primeiro contato que o Thiago teve com o DCC foi através de uma disciplina isolada de Visão Computacional, no primeiro semestre de 2015. Após cursar mais disciplinas isoladas, o ex-aluno entrou oficialmente no doutorado, no início de 2016 e, em agosto de 2021 defendeu o doutorado. “O DCC representou uma oportunidade de ter contato com a pesquisa de ponta e aprender como se faz pesquisa de ponta. Hoje o DCC representa para mim um modelo de como deve ser feita uma pesquisa de qualidade. O DCC contribui para que eu pudesse realizar um trabalho de qualidade no doutorado. Meu trabalho resultou em publicações e prêmios e, que por sua vez, resultaram em reconhecimento profissional. Além dos ganhos curriculares, como título de doutor, publicações e prêmios, o departamento contribui para a forma como eu lido com problemas da vida pessoal e profissional. Aprendi que os problemas só são resolvidos quando temos organização e foco. Provavelmente não estaria onde estou se não tivesse passado pelo departamento. Hoje sou professor efetivo do Departamento de Informática da Universidade Federal de Viçosa (UFV)”, contou.
Durante os estudos no DCC, o ex-aluno passou por alguns desafios. “Um dos “perrengues” que mais me marcou foi a manutenção da estrutura de rede do laboratório. Justamente quando fui indicado para fazer parte da equipe responsável pela manutenção, toda a estrutura do laboratório parou de funcionar. Felizmente vários veteranos ajudaram a solucionar os problemas, mas ficamos uma semana parados para realizar manutenção. Outro desafio que vivi, como todo aluno de doutorado, foram os “deadlines” difíceis e recheados de momentos engraçados. Lembro de um deadline do CVPR, em 2019, que realizamos a submissão no minuto final, às 5h da manhã. Saímos da UFMG com o dia clareando. Em outro momento de aperto para entregar um trabalho, tivemos uma crise de riso, pois depois de quase um mês saindo do laboratório por volta das 23h, conseguimos submeter o trabalho e ir para casa cedo, por volta das 21h. Os desafios são grandes, mas o aprendizado é imensurável, pode ter a certeza”, afirmou.
O professor Erickson conheceu o Thiago quando ele cursou a disciplina de Visão Computacional. “Conheci o Thiago quando cursou Visão Computacional comigo. Ao final da disciplina, ele me procurou interessado em aplicar para o doutorado. De pronto aceitei ser seu orientador, pois pude constatar ao longo da disciplina que ele tinha o perfil para desenvolver pesquisa de alto impacto e seria um ótimo pesquisador. Não estava errado. Altamente competente, criativo e dedicado, Thiago desenvolveu uma excelente tese de doutorado, com publicações em conferências e periódicos de renome na comunidade internacional. Sua tese recebeu o prêmio de teses da UFMG como a melhor tese de Ciência da Computação de 2022 e a melhor tese na principal conferência da área no Brasil. Thiago nunca se abateu com resultados negativos e enfrentou de maneira serena e destemida os desafios para o desenvolvimento de sua tese. De fácil trato, sempre foi muito participativo nas atividades do laboratório e colaborou de forma decisiva nos projetos de seus colegas. Hoje tenho a felicidade de poder contar com sua colaboração em diversos projetos e orientações, e a Universidade Federal de Viçosa, da qual é professor, bem como a comunidade brasileira de Visão Computacional tem a vantagem de ter um pesquisador de primeira linha”, disse orgulhoso.
Já o professor Renato, conheceu e começou a colaborar com o Thiago logo quando chegou ao DCC, em 2018, para fazer um estágio de pós-doutorado. “Desde o início das minhas interações com o Thiago, ele mostrou ser um pesquisador extremamente capacitado, motivado e com uma formação multidisciplinar que o permitiram elaborar e desenvolver vários aspectos novos em seu trabalho. Sua tese exigia uma experiência multidisciplinar em computação gráfica, visão computacional e aprendizado de máquina (que são competências raras de ser encontradas juntas). O trabalho do Thiago teve foco na área de humanos virtuais, que é uma peça fundamental, por exemplo, em animação e realidade virtual como no Metaverse, mais especificamente como realizar a transferência de movimento e ações de pessoas entre videos. Essa é uma área de pesquisa extremamente competitiva e, atualmente, com grande investimento de grandes empresas de tecnologia e centros de excelência internacionais. O Thiago conseguiu obter resultados competitivos que permitiram ao seu trabalho de tese ser selecionada como a melhor tese do DCC em 2021, assim como receber o prêmio da melhor tese de doutorado em Visão Computacional e Computação Gráfica no workshop de teses da conferência SIBGRAPI deste ano. Além de tudo isso, as suas qualidades pessoais são inúmeras, sendo sempre disponível e motivado a ajudar outros alunos do laboratório em seus projetos. E, por fim, acho que o sucesso de um trabalho de pesquisa também pode ser medido pelas perspectivas e oportunidades de investigação decorrentes. O trabalho de doutorado do Thiago abriu várias frentes que, atualmente, estão sendo exploradas em diferentes projetos de alunos de mestrado em diferentes frentes, como o reconhecimento e a síntese de movimento humano. Sou extremamente orgulhoso da trajetória do Thiago”, contou.