Daniel Seixas de Paula, ex-aluno da graduação do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG) formou-se em 1999 e, atualmente, é Diretor de Inovação do Mitsubishi Union Financial Group (MUFG), nos Estados Unidos (EUA). Se estabeleceu em 2003 nos EUA, onde casou-se e formou família. Fez o mestrado pela University of North Carolina, na área de Administração e Finanças e também uma especialização lato-sensu em Harvard, na área de Inovação e Estratégia. O doutorado ainda não aconteceu, mas, segundo Daniel, trata-se de um sonho antigo que ainda vai ser concretizado.
Quase 30 anos após prestar vestibular para o DCC/UFMG, Daniel considera a Computação ainda uma profissão jovem e estimulante, sempre se reinventando. “O período em que estive no DCC, proporcionou uma base do conhecimento tecnológico que foi primordial. Ao final da graduação, segui carreira na área de segurança da informação e gestão de riscos. Estabeleci-me nos EUA desde 2003, casei-me e formei uma família. Conheci a minha esposa na Carolina do Norte, e os meus filhos nasceram na Flórida. Lembro bem como foi meu tempo no DCC, as aulas de Computação eram desafiadoras e me ajudou o fato de já ter chegado à UFMG com um pouco conhecimento de programação, pois fui autodidata aos 16 anos”, contou.
Daniel sempre foi um aluno acima da média no Ensino Médio, porém, conforme o ex-aluno, as matérias do ciclo básico foram muito difíceis e teve dificuldades para se adaptar ao ritmo do DCC/UFMG. “Os professores nem sempre tem tempo de proporcionar a atenção individualizada que eu havia experimentado no Ensino Médio. Eu estava prestes a completar 18 anos e havia acabado de me mudar do interior para Belo Horizonte. Aprendi a me virar rápido! Curso puxado, mudança de cidade, tirar carteira de motorista….Olhando para trás, vejo que o curso no DCC/UFMG proporcionou uma base muito sólida e abrangente, o que gera oportunidades para quem deseja trabalhar em qualquer segmento de tecnologia, seja na pesquisa acadêmica, empreendedorismo ou em empresas privadas e públicas. No meu caso, segui o rumo do setor privado, onde a base sólida adquirida no Departamento foi importante para futuras conquistas pessoais e profissionais”, relatou agradecido.
Segundo Daniel, é muito importante para o profissional de tecnologia se reinventar, já que a área muda muito rapidamente, sendo fundamental entender novas abordagens e processos. “Entre 2009 e 2012, fui o primeiro brasileiro a dirigir uma equipe do Federal Reserve Bank, o Banco Central dos EUA, no meio da crise de 2009, onde a economia americana quase entrou em colapso. Hoje sou diretor da área de Inovação do MUFG, com sede no Japão e operações nos EUA. Para quem acabou de entrar no DCC/UFMG, recomendo que valorize todas as oportunidades que surgirem: procure participar de trabalhos de pesquisa, conheça os professores e doutorandos, faça matérias em outros Departamentos: Economia, Psicologia, Estatística, Empreendedorismo, Administração. Além disso, o inglês é fundamental na profissão, então invista na fluência desde cedo. No mundo da tecnologia, a competição por talentos é verdadeiramente global”, descreveu.
Para o ex-estudante, o mestrado logo em sequência ao final da graduação também pode ajudar muito. “Só comecei o mestrado oito anos depois da graduação, em um momento em que por questões do cotidiano da vida pessoal a administração do tempo era mais complexa. Assim, fazer tudo junto é a melhor coisa”, completou. Daniel também valoriza muito manter o network com ex-alunos do Departamento, tanto os que estão no Brasil e também os que hoje atuam nos EUA e outros países. “O grupo de “expatriados do DCC” é pequeno, mas muito coeso”, contou.
Para Daniel, as lembranças do DCC/UFMG são muito boas. “Tenho boas lembranças dos professores e funcionários e agradeço muito aos muitos que tanto me inspiraram como o Rodolfo Sérgio Ferreira de Resende, Nivio Ziviani, Berthier Ribeiro Neto e tantos outros”, concluiu emocionado.
Para o professor Rodolfo, o ex-aluno sempre se destacou pela maturidade e curiosidade, além de ter muita atenção com relação aos conteúdos das matérias do curso. ”Me chamava muito a atenção que o Daniel não se limitava aos temas que eram tratados e sempre procurava observar as conexões de conteúdos da Computação e as várias áreas atendidas pelas diversas disciplinas, particularmente as disciplinas relacionadas à Sistemas de Informação. Era um aluno que dava gosto trabalhar junto e ensinar”, falou.
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