Ex-aluno do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação da UFMG, Michel Melo da Silva terminou o doutorado em julho de 2019, mas, segundo ele, tecnicamente ainda não saiu do Departamento de Ciência da Computação (DCC), já que mantêm vínculo de colaborador externo com os professores do VeRLab (Laboratório de Visão Computacional e Robótica). “Participo de projetos, publicações e coorientações. Hoje sou professor efetivo na Universidade Federal de Viçosa e atuo na área de Visão Computacional. No DCC, fui orientado pelo professor Erickson Rangel do Nascimento e coorientado pelo professor Mario Fernando Montenegro Campos. Foi extremamente marcante a época que passei no departamento. A representatividade do DCC em âmbito internacional é surpreendente. Cheguei de uma universidade pequena e logo no primeiro contato com o departamento foi possível ver a diferença no nível dos projetos, nas cooperações internacionais, nas oportunidades para os alunos, nas cooperações com empresas e indústria, etc”, disse.
Para Michel, o DCC representa uma fase de realizações em sua vida. “Considero uma grande conquista ter feito parte do departamento. Durante o curso, que não é nada fácil devido ao trabalho duro, tive excelente orientação e relevante infraestrutura à disposição para conseguirmos alcançar bons resultados. Apresentamos dois trabalhos internacionais. O recurso financeiro disponível no DCC foi primordial para custear parte das despesas e conseguir ter experiências internacionais. Conseguimos publicar os resultados dos trabalhos em conferências e revistas de grande prestígio na área. Os resultados foram também considerados bons pelos nossos pares nacionais, o que rendeu o prêmio de melhor Tese no Workshop de Teses e Dissertações do SIBGRAPI 2019, menção honrosa no Prêmio CAPES de Teses, e reconhecimento de melhor tese no Dia de Integração do PPGCC UFMG 2018. O DCC contribuiu para aumentar minha visão de mundo, para expandir horizontes e para mostrar que com trabalho duro, determinação e contatos certos é possível chegar longe. Ao mesmo tempo, me ajudou a criar disciplina de estudo e trabalho, hoje características que me auxiliam muito na carreira.”, afirmou.
De acordo com Michel, desde a época em que esteve DCC, e até hoje, trabalhar com projetos em parceria com empresas é uma constante. Mas, enquanto estive no departamento, passou por alguns “apertos”. “Duas situações de teste em campo me marcaram. Na primeira, fizemos um teste com equipamentos que desenvolvemos no laboratório dentro de uma plataforma de petróleo em funcionamento em alto mar. Todos os equipamentos eram caros e difíceis de comprar. Na volta, sorte que foi na volta, quando desembarcamos do helicóptero, passaram os equipamentos no raio-x e os quebraram. Nossa sorte que quebraram apenas o suporte e não o sensor. Em outra ocasião, fomos ao Rio de Janeiro fazer um teste em campo e, também na volta, a companhia aérea extraviou uma caixa com nossos equipamentos, incluindo o robô. Era o robô mais caro do laboratório [Pensa em uma noite em que não dormi nada…]. Mas, em ambos os casos, tudo terminou bem”, contou.
Segundo o ex-aluno, o DCC é um ambiente incrível e tem solo fertil para florescer o que há de melhor em cada um que ali está. “Recomendo muito se dar a chance de vivenciar essa oportunidade. Mas, para que tudo isso seja possível, terá muito trabalho, suor e noites sem dormir. Mas a recompensa fará esquecer tudo isso. As amizades que criei e as oportunidades que foram proporcionadas me marcaram imensamente”, relatou.
Para o professor Erickson, foi uma felicidade e um privilégio trabalhar com Michel ao longo do desenvolvimento de sua tese. “Já em nossas primeiras interações fui impactado pela sua diligência, capacidade crítica, sua competência científica e pelo seu entusiasmo pela área acadêmica. Michel sempre foi muito dedicado e resiliente, características chaves para um bom pesquisador. Enquanto aluno de doutorado, sempre soube aproveitar muito bem as dificuldades encontradas e o ambiente desafiador presente no laboratório e no departamento para desenvolver sua tese de doutorado, gerando resultados de grande impacto na comunidade. Seus esforços e sua dedicação não tardaram a gerar bons frutos. Michel foi premiado na principal conferência da área no Brasil e pela CAPES e teve os resultados de sua tese publicados nas conferências e periódicos de maior impacto da comunidade internacional. Michel foi um membro ativo no laboratório, de ótima convivência, sempre solícito e ajudando nas pesquisas de vários de seus colegas. Hoje, temos a felicidade de tê-lo contribuindo de forma significativa para nossa comunidade científica, formando alunos e desenvolvendo projetos de alta qualidade e inovadores”, falou.
Também para o professor Mario Campos, foi um privilégio conhecer o Michel enquanto aluno de doutorado. “Desde os primeiros momentos das nossas interações fomos impactados pela diligência, competência científica e pelo entusiasmo que o Michel tem pela área acadêmica. Sua capacidade de liderança e de trabalho com seus professores e colegas logo tornaram-se evidentes, tendo contribuído de forma significativa com a coordenação do VeRLab e apoio nas pesquisas de vários de seus colegas. A qualidade e relevância de sua pesquisa, comprovadas pela sua produção nos veículos internacionais e nacionais de maior impacto na área de Ciência da Computação, também atestam que o trabalho que ele vem desenvolvendo de maneira consistente é inovador e vem contribuindo para avançar o estado da arte”, afirmou.