Câmaras de eco

Dissertação: Polarização política e o impeachment de 2016: uma análise de dados reais e de mídias sociais
Autora: Roberta Coeli Neves Moreira
Orientadora: Gisele Lobo Pappa
Coorientador: Pedro Olmo Stancioli Vaz de Melo
Defesa: fevereiro de 2019, no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação

O debate político tem sido travado, em grande parte, nas redes sociais. Em razão da possibilidade de o usuário criar filtros para bloquear pessoas e informações indesejadas, essas redes contribuem para a formação das chamadas câmaras de eco, em que o indivíduo visualiza opiniões com as quais se identifica e discute com pessoas que têm ideias similares às suas.

Segundo pesquisa realizada no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, as câmaras de eco podem ter impacto significativo no fenômeno de polarização política entre os brasileiros nas redes sociais. “Encontramos grupos ideologicamente opostos e bem definidos, com pouca variação no volume de pessoas em cada um dos lados, ao longo do tempo. Isso indica que a maioria dos brasileiros está consumindo, disseminando e discutindo ideias semelhantes às próprias nas mídias sociais on-line, e o espaço para posições alternativas é pouco ou nenhum”, afirma a engenheira de computação Roberta Coeli Neves Moreira, que defendeu sua dissertação de mestrado no início deste ano.

Um dos objetivos da pesquisa de Roberta Coeli Moreira foi investigar possíveis associações entre dados reais e de redes sociais, especificamente por meio da comparação da polarização dos deputados (votações na Câmara) com a do público no Twitter. Os resultados da análise qualitativa mostram, segundo Roberta, que a polarização entre as pessoas nas redes foi mais elevada que entre os políticos. Para o público geral, o processo foi mais relacionado ao número de indivíduos que mudaram de opinião. No caso dos parlamentares, o impacto maior foi causado pela diferença no grau de divergências das opiniões ao longo do tempo.

 

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