Seminário com palestras, painéis, premiações e eventos sociais encerra nesta semana um ano de comemorações pelas quatro décadas do Departamento de Ciência da Computação (DCC), criado em 6 de dezembro de 1976.
Na mesa de abertura do evento, na manhã desta segunda-feira, 5, o reitor Jaime Ramírez reconheceu e parabenizou o mérito do Departamento pelo trabalho de qualidade realizado e sugeriu reunir “em um só tempo” a boa memória que remete ao passado, o olhar que se relaciona ao presente e a esperança de fazer sempre o melhor.
O chefe do DCC, Nagib Cotrim Árabe, explicou que as discussões programadas para esta semana dizem respeito aos desafios que devem ser enfrentados neste momento de “brusca mudança no perfil geracional”. Segundo ele, metade dos 66 professores que compõem o corpo docente assumiu o cargo há menos de uma década, enquanto outros 12 já estão em condições de se aposentar.
O Departamento vem se preparando para essa transição, afirmou, lembrando que a intenção, ao programar as palestras e painéis desse evento comemorativo, foi pensar o futuro com base nos ensinamentos do passado. “Queremos continuar melhorando e crescer ainda mais em qualidade”, enfatizou.
Legado
Nagib Cotrim Árabe destacou que o DCC se tornou um dos mais importantes centros de formação de recursos humanos e de investigação científica e tecnológica de Ciência da Computação do Brasil, com reconhecimento internacional.
“Vários indicadores externos, de órgãos públicos e instituições privadas, atestam essa qualidade”, comentou, citando o reconhecimento dos cursos de graduação e de pós-graduação entre os melhores do país e a interação com a sociedade, por meio da prestação de serviços tecnológicos e da execução de projetos conjuntos de desenvolvimento e inovação, com a indústria.
“Esse legado foi construído ao longo de 40 anos, por toda a comunidade DCC, que tem milhares de egressos do bacharelado, mais de mil mestres e quase duas centenas de doutores”, contabilizou o chefe do Departamento.
O diretor do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), Antônio Flávio de Carvalho Alcântara, fez breve histórico sobre as condições que levaram à criação do DCC, que tem “alto padrão de qualidade e consolidada importância institucional”. Também compuseram a mesa a vice-reitora Sandra Goulart Almeida e a professora Raquel Oliveira Prates, presidente da Comissão Organizadora dos 40 anos do DCC.
Direitos
Em seu discurso, o reitor Jaime Ramírez fez referência às ocupações nos prédios da Universidade, entre os quais o ICEx. “A boa argumentação é sempre o melhor instrumento para resolvermos qualquer conflito. Não concordamos que para se exercer o direito de um se ataque o direito de outro. Defendemos o direito à manifestação, mas isso não é salvo-conduto para inibir ou subtrair o direito dos outros”, disse o reitor. E acrescentou: “não acreditamos que para combater autoritarismo podemos empregar mais autoritarismo”.
O reitor disse se sentir agredido toda vez que um membro da comunidade universitária é agredido. “Devemos contribuir para que a Universidade possa aprender com todos os seus movimentos e que possa sair maior desse processo do que ela entrou”, concluiu.
Fotos: Foca Lisboa / UFMG