Laboratório de Engenharia de Computadores

Na década de 1980 alguns professores do Departamento de Ciência da Computação (DCC), entre eles José Monteiro da Mata, Newton Alberto de Castilho Lages e Wilson de Pádua Paula Filho, realizavam pesquisas na área de arquitetura de computadores, com enfoque em microeletrônica. Estes professores encabeçaram a criação de um laboratório na área. Aquela iniciativa deu origem ao hoje chamado Laboratório de Engenharia de Computadores (LECOM), que está sob a coordenação do professor Antônio Otávio Fernandes desde meados da década de 1990 e conta, ainda, com os professores Omar Paranaiba Vilela Neto, Marcos Augusto Menezes Vieira e Luiz Filipe Menezes Vieira. Uma das principais características do LECOM é a forte colaboração realizada com empresas, o que pode ser observado desde a fundação do laboratório até hoje.

No início as atividades estavam associadas ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) da Telebrás, trabalhando com a criação de software para desenvolvimento de projetos de circuito integrado. A parceria durou até 1995. Os trabalhos realizados com aquela instituição tiveram como linhas de pesquisa linguagens para descrição de circuitos, testabilidade, roteamento e placement de blocos para projeto de circuito integrado. Posteriormente, outras pesquisas foram realizadas em parceria com o LECOM, como é o caso do projeto realizado com a Batik, fabricante de centrais telefônicas, onde os pesquisadores desenvolveram um software com novas configurações para a empresa. Com a expansão da internet no país, o trabalho com a Batik mudou, levando o LECOM a participar da adaptação da comutação por circuitos para uma por pacotes. Destaca-se que parte do conhecimento desenvolvido nas pesquisas com centrais telefônicas foi utilizado para uma colaboração posterior com a Engetron, empresa fabricante de no-breaks. O laboratório estabelece contínuas parcerias com empresas. Além das já citadas, os pesquisadores ainda desenvolveram convênios com Robert Bosch GmbH, Nokia e Nansen, entre outras. Também existem pesquisas realizadas em parceria com outras instituições de ensino, como é o caso da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Desde o ano de 2005 as pesquisas têm sofrido pequenas alterações. Os pesquisadores começaram a trabalhar com validação e verificação de circuitos, foco de trabalho seguido até hoje. Uma das pesquisas de destaque nesta área foi realizada em parceria com a empresa americana Jasper, encerrada em 2014. Hoje o laboratório também trabalha com nanotecnologia, realizando projetos que incluem professores e pesquisadores ligados ao LECOM e ao NanoComp. Uma das pesquisas mais recentes realizadas no LECOM foi executada em parceria com a LG Electronics, na área de Internet das Coisas (IoT). Foram desenvolvidos hardware e software para comunicação e interligação entre objetos, visando o baixo consumo de energia. Este é um exemplo de projeto onde trabalharam conjuntamente os quatro professores ligados ao LECOM.

Além do caráter extensionista observado nos trabalhos já realizados e em andamento, outra característica do laboratório é atrelar as pesquisas em desenvolvimento aos trabalhos realizados pelos alunos: a partir das pesquisas são elaborados trabalhos de fim de curso, dissertações e teses. Com isso, parte dos pesquisadores formados pelo laboratório são assimilados pelas indústrias que possuem parceria com o LECOM. A transferência de tecnologia entre a universidade e as empresas abre o campo de trabalho para os pesquisadores. As parcerias são positivas para ambos, empresas e laboratório: elas possibilitam o uso de produtos tecnológicos avançados, especialmente por indústrias locais.