Professor do Departamento de Ciência da Computação abriu o semestre letivo no campus Montes Claros
Matéria publicada no Portal da UFMG – segunda-feira, 11 de março 2024, às 16h14
Calouros e veteranos do campus Montes Claros e até uma turma de estudantes do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG) lotaram, na manhã desta segunda-feira, dia 11, o auditório do bloco C do Instituto de Ciências Agrárias durante a abertura do semestre letivo. A aula inaugural foi ministrada pelo professor emérito do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG Nívio Ziviani. O docente falou sobre a importância de se investir no empreendedorismo científico no Brasil.
Nívio Ziviani apresentou dados de instituições de ensino de outros países, como os Estados Unidos. O palestrante recorreu, por exemplo, a uma pesquisa de 2009 do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), que reúne cerca de 10 mil estudantes (seis mil de pós-graduação e quatro mil de graduação), para mostrar a força empreendedora da instituição. “Um estudo mostrou que 25.800 empresas foram criadas no MIT por alunos e professores que passaram pelo instituto. Elas geraram 3,3 milhões de empregos e um faturamento anual de 1,8 trilhão de dólares”, informou o professor.
Ao apresentar sua trajetória no empreendedorismo científico, Ziviani indicou caminhos que podem ser seguidos pelos pesquisadores. “Você pode, dentro da UFMG, a partir de resultado de pesquisa obtido criar um empreendimento em que a UFMG passa a ser sócia. A propriedade intelectual, que é da Universidade, é transferida para a empresa criada, em troca de uma parte do capital que a instituição passa a deter, normalmente 5%”, exemplificou.
Nívio Ziviani fez uma análise dos avanços da tecnologia e possíveis rumos no Brasil e no mundo. Sobre a Inteligência Artificial, ele levantou questões sobre profissões que podem deixar de existir no futuro, limitações atuais dessa tecnologia e o que ela pode se tornar. O palestrante destacou a importância, no âmbito desse cenário, de se lançar um novo olhar sobre a produção científica do Brasil. “É preciso tirar as pesquisas das prateleiras. Empreendedorismo científico é transformar em riqueza aquilo que se aprende em salas de aula. Para que isso aconteça, você não pode ter medo do risco. É preciso arriscar, ter coragem, gerar novas empresas e novos empregos”, recomendou Ziviani.
Viver a UFMG
Na abertura da solenidade, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira falou sobre o universo de possibilidades oferecido pela UFMG. “Viver a UFMG é fundamental e deve ser encarado como um lema na vida de vocês. São muitas as chamadas para participar dos projetos – de ensino, pesquisa, extensão e cultura – e é imprescindível que vocês se aproximem e se envolvam. Viver a UFMG significa conviver com modos de vida distintos, dos quais nos orgulhamos muito. Aqui é uma universidade – o termo do latim universitas significa totalidade, universalidade, local de todos e de cada um. É, pois, o lugar do respeito ao outro e à diferença, da pluralidade de sujeitos, da acolhida da diversidade, da liberdade de expressão, da reflexão crítica e da multiplicidade e dos vários saberes”, refletiu.
O diretor do campus Montes Claros, professor Hélder dos Anjos Augusto, discorreu sobre as políticas de assistência estudantil oferecidas pela UFMG no Instituto de Ciências Agrárias. “Hoje, assistimos mais de 60% dos estudantes do ICA com moradia, alimentação, bolsas de permanência e várias políticas que perpassam todo o processo formativo do estudante. Ingressar na universidade exige um processo de adaptação. Para isso, foi elaborada uma estrutura de acolhimento para promover a integração e possibilitar que as coisas fluam da forma mais saudável possível”, disse Hélder Augusto.
O diretor também destacou a importância de usufruir o que universidade tem a oferecer. “Quando falamos de inovação, há espaço para inovar o conhecimento, que deve transpassar as matrizes curriculares e alcançar a convivência e a socialização”, concluiu o diretor.
Ana Cláudia Mendes | Cedecom Montes Claros
Fotos: Ana Cláudia Mendes | UFMG