Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro de 2015, e implementado pela UNESCO e pela ONU-Mulheres, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil, o dia 11 de fevereiro marca o “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”. Comemorada anualmente, a data tem por objetivo conscientizar a sociedade de que a ciência e a igualdade de gênero precisam andar lado a lado, além de reconhecer o papel fundamental exercido pelas mulheres e pelas meninas na ciência e na tecnologia, por meio da Resolução A/RES/70/212.
Segundo a UNESCO, este Dia é uma oportunidade para promover, de forma plena e igualitária, o acesso à ciência e a participação de mulheres e meninas nessa área. “A igualdade de gênero é uma prioridade global da UNESCO, e o apoio a jovens meninas, sua formação e suas habilidades plenas para fazer com que suas ideias sejam ouvidas impulsionam o desenvolvimento e a paz”, afirma.
Ainda segundo a agência, embora as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) sejam amplamente consideradas fundamentais para as economias nacionais, até o momento, a maioria dos países, independentemente do seu nível de desenvolvimento, não alcançou a igualdade de gênero nas áreas de STEM, sendo a porcentagem média global de pesquisadoras de de 33,3%, e apenas 35% nestas áreas”, explica.
Com o objetivo de mudar esta realidade, a professora do Departamento de Ciência da Computação, Michele Nogueira, coordena o projeto Mulheres de Exatas em Cibersegurança (METIS), que visa incentivar a presença feminina na cibersegurança, um setor essencial no mundo digital e atualmente dominado por homens. “Criamos o projeto com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para promover a inclusão feminina desde a educação básica até a inserção no mercado de trabalho. Atualmente, o Metis está presente em sete escolas da região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Queremos que as meninas entendam que têm plenas capacidades de atuar na ciência e na tecnologia. Queremos não apenas aumentar o número de mulheres na área, mas também criar uma mudança estrutural no setor, contribuindo para a formação de um ambiente mais inclusivo e diverso. Assim, o projeto não só fortalece a cibersegurança, mas também promove um impacto positivo na sociedade, mostrando que a inclusão é um caminho essencial para a inovação e o progresso”, afirma Michele.
As principais frentes principais trabalhadas pelo projeto são conscientização e desenvolvimento de habilidades. Para tanto, são promovidas palestras e oficinas em escolas do ensino fundamental e médio sobre cibersegurança e carreiras na área, além de oferecer atividades e mentorias.
Conforme a UNESCO, enfrentar alguns dos maiores desafios da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável – que vão da melhoria da saúde ao combate à mudança climática – dependerá do aproveitamento de todos os talentos. “Isso significa fazer com que mais mulheres trabalhem nessas áreas. A diversidade na área de pesquisa amplia o grupo de pesquisadores talentosos, trazendo novas perspectivas, novas aptidões e criatividade. Este Dia nos lembra que mulheres e meninas desempenham um papel essencial nas comunidades de ciência e tecnologia e que, por isso, sua participação deve ser fortalecida”, garante.