Na última terça-feira, 1º, o chefe do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, professor Luiz Chaimowicz, e o membro do Comitê Nacional da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), também professor do DCC, Vinicius Fernandes dos Santos, entregaram aos alunos da graduação em Ciência da Computação do DCC, Kaio Henrique Masse Vieira, Artur Gaspar da Silva e Mariano Glauber Torres Fernandes as medalhas de ouro (Kaio) e bronze (Artur e Mariano) relativas às participações na OBI nos anos de 2020 e 2021. As medalhas não haviam sido entregues antes devido à pandemia da COVID-19.
Realizada desde 1999 pela Sociedade Brasileira de Computação, a OBI, uma competição organizada nos moldes das outras olimpíadas científicas brasileiras, como Matemática, Física e Astronomia, tem por objetivo despertar nos alunos do quarto ano do Ensino Fundamental até o primeiro ano do Ensino Superior o interesse por uma ciência importante na formação básica. Assim, os estudantes são estimulados a participar de uma atividade que envolve desafio, engenhosidade e uma competição saudável, com foco na Ciência da Computação.
Como membro do Comitê Nacional da OBI, Vinicius é um dos responsáveis por traçar as diretrizes científicas e administrativas da OBI. Entre as diretrizes científicas estão a definição do número de fases e as notas de corte para distribuição de medalhas, entre outras. Já entre as diretrizes administrativas, estão a aprovação do regulamento de cada ano e a interpretação em casos de dúvidas. “O Comitê é uma espécie de conselho que ajuda a organização e também em algumas decisões. Aqui na UFMG, também sou o responsável pela aplicação da prova nas duas primeiras fases. Na terceira fase todos os alunos da cidade fazem a prova em uma mesma instituição. Em Belo Horizonte, a terceira fase costuma ocorrer no CEFET”, contou.
De acordo com Vinicius, como é apenas para alunos de primeiro ano de graduação, em geral não dá muito tempo de treiná-los antes da competição, sendo mais fácil participar quem já sabe programar um pouquinho antes. Mas, ainda assim, segundo o docente, mesmo quem acabou de aprender consegue. “Não costuma haver um treinamento específico, mas os alunos interessados em aprender um pouco mais antes da prova normalmente conseguem ajuda no grupo de Telegram da Maratona de Programação. Eu vejo a OBI como uma porta de entrada para competições acadêmicas, em particular para a Maratona de Programação. Este tipo de competição costuma motivar os estudantes e permite que eles aprofundem seus conhecimentos de algoritmos muito além daquele visto nas disciplinas obrigatórias. Para quem nunca participou e gostaria de participar, o professor alerta para que acompanhe o calendário de competições e as regras. “Se você conhece alguém que está prestes a entrar na graduação ou que está no ensino médio, mas já teve contato com programação, incentive a participação. Além de divertido, é uma grande oportunidade de aprendizado”, afirmou.
Mariano participa desse tipo de competição desde que entrou para a faculdade. “Meu primo participava dessas competições quando era aluno da UFMG e sempre falava bastante sobre e me incentivava a participar, acabei me interessando. É bem divertido! Tem um site que podemos treinar e que tem um sistema de rating que lembra bastante o sistema de elo do LoL (que eu gosto muito). Recomendo a participação de todos que gostem de resolver problemas e de competição, além de ser uma grande oportunidade para aprender, fazer amizades e se divertir. Com certeza desejo participar de competições de programação enquanto eu puder”, garantiu.
Já Arthur, que nunca havia participado de uma competição de informática, também recomenda que todos participem, pois, segundo ele, ajuda a praticar programação e o raciocínio lógico não só na vida em geral, mas, também nas disciplinas da faculdade. “Essas competições ajudam bastante, inclusive alguns dos conteúdos que vemos em Estruturas de Dados e Algoritmos, já que quem tem costume de treinar pra esse tipo de competição geralmente aprende antes, além de ser divertido. Conheci competições de programação por causa da palestra que deram em Introdução à Ciência da Computação, mas só comecei a preparar mais mesmo um pouco depois de fazer a OBI. Tentei também participar do ICPC (que é a competição “principal” para quem é da graduação, aquela que é em times), mas meu time não foi muito bem na primeira vez não. Mas a graça é continuar tentando! Depois participei da Maratona Mineira e o meu time ficou em terceiro, depois no ICPC deste ano e ficamos em vigésimo primeiro. Também participei no último Facebook Hackercup, uma competição não só para estudantes e que tem gente do mundo todo, neste fiquei em milésimo e alguma coisa. Para treinar, costumamos ir na sala 2012 do ICEx, nas sextas-feiras, às 14h. Todos são bem-vindos!”, convidou.
Segundo o Kaio, que conheceu a OBI no terceiro ano do Ensino Médio, afirmou que foi uma excelente oportunidade para conhecer um pouquinho de algoritmos e aprender a programar. “Logo no ano seguinte, estava no grupo de calouros de Ciência da Computação e mandaram um convite para o grupo de estudos da UFMG para a maratona de programação. Como tinha gostado bastante de participar da OBI, decidi entrar no grupo e aproveitar o tempo livre durante a pandemia estudando para esta e outras competições. No grupo conheci, mesmo que de longe, amigos que ajudaram muito na minha preparação. Participar destas competições é uma maneira divertida de aprender na prática e aprofundar em conteúdos que estudamos na graduação. Recomendo a todos a participação em competições de programação, como a OBI e a Maratona, é uma oportunidade única!”, recomendou.