Siglas em profusão
Artigo de professor do DCC descreve método computacional que propõe rearranjos partidários para o quadro político brasileiro
Ana Rita Araújo
A tessitura social brasileira não é tão complexa que justifique a atuação de 36 partidos políticos nas últimas duas décadas, afirma o professor Pedro Vaz de Melo, do Departamento de Ciência da Computação. Ele desenvolveu um método computacional para avaliar e reduzir a fragmentação partidária que, na opinião de cientistas políticos, limita a governabilidade e traz prejuízos para o país. Em artigo publicado no último dia 14, na revista acadêmica Plos One, editada pela Public Library of Science, dos Estados Unidos, Vaz de Melo se valeu do método Arrange para analisar 744 mil votações realizadas na Câmara dos Deputados, no período de novembro de 1998 a dezembro de 2014.
“Com base nos dados históricos de votações dos congressistas, o método consegue descobrir o número ‘ideal’ de partidos políticos que um país deveria ter. No caso do Brasil, esse número poderia variar de cinco a 13”, afirma o pesquisador, que sugere três cenários de rearranjos partidários, com transferência de parlamentares para algumas siglas e extinção de outras. Os novos arranjos seguem o critério da chamada disciplina partidária, traduzida no índice de observância, pelo deputado, das orientações de seu partido. Em todos os cenários propostos, o percentual de disciplina permaneceria alto – superior a 90%.
Créditos: Ana Rita Araújo, Boletim UFMG, edição de 26/10/2015.