Busca por mão de obra qualificada atrai cada vez mais empresas estrangeiras para Minas Gerais
A qualidade técnica dos alunos formados no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG), seja em programas de graduação, seja em programas de mestrado e doutorado, tem contribuído para o surgimento de um ambiente dinâmico e inovador em Minas Gerais, caracterizado pela atração de empresas estrangeiras e exportação de serviço intelectual. Hoje, egressos do DCC/UFMG trabalham em empresas do mundo inteiro, sem sair de Minas Gerais. Este é o caso do mestre em Ciência da Computação, formado em 2017 e agora engenheiro de software da Cyral no Brasil, Wilson de Carvalho. A fim de reforçar seus vínculos com a universidade, a empresa vem investindo em bolsas de estudos para os atuais alunos da pós-graduação do DCC/UFMG, com o objetivo de ter, no futuro, esses profissionais no quadro da startup.
Segundo Wilson, os alunos do DCC passam por diversos filtros desde a entrada no departamento até a pós-graduação, que tem a mesma formação focada em fundamentos, porém com mais profundidade, vista a participação efetiva de estudantes em pesquisa e publicações. “Tenho visto ao longo dos anos que um profissional que conhece bem os fundamentos da computação pode aprender qualquer ferramenta aplicada. Hoje crio vagas, contrato e interajo com a mão de obra egressa do DCC e tenho a certeza de que as empresas procuram a universidade pela qualificação dos formandos ser acima da média do mercado“, afirmou.
A histórica excelência dos alunos formados pelo DCC, confirmada pelo último Ranking Universitário Folha, tem servido como um “selo de qualidade” nos cursos do departamento. De acordo com o ranking, o mercado considera os alunos ótimos profissionais, o que os torna uma mão de obra disputada por empresas nacionais e internacionais. “Nosso maior capital, sem dúvida, são os estudantes. Mais do que desenvolvedores de software, nosso objetivo, enquanto universidade, é formar líderes, que vão atrair para nosso país conhecimento tecnológico e riqueza. Cada aluno que forma-se no departamento pode ser visto como um investimento que deu certo“, relata Fernando Pereira, professor do DCC/UFMG.
De acordo com Carvalho, as opções de empresas onde a tecnologia é uma atividade fim e não meio não são vastas no Brasil. “De certa forma, o que está acontecendo agora é que este reconhecimento passa a se tornar mais evidente e mais rápido fora do país. Também temos um ciclo muito positivo, onde os ex-alunos abrem portas para os novos e mantêm o departamento em contato com o que há de melhor nos diversos segmentos da indústria de tecnologia“, esclareceu o engenheiro de software da Cyral.
Apesar de trabalhar em uma empresa internacional, Wilson mora e exerce suas atividades em Belo Horizonte/Minas Gerais e afirma ser a melhor experiência profissional desde que entrou no mercado de trabalho, há 19 anos. “Diariamente, tenho reuniões que envolvem pessoas distribuídas em quatro continentes e pelo menos seis fusos distintos. Minha definição de ambiente multicultural foi completamente redefinida e falar “bom dia, boa tarde e boa noite” ao entrar em uma única sala de reunião tem sido parte da minha rotina diária”, concluiu.