A aluna de Ciência da Computação do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, Rubia Alice Moreira de Souza, recebeu, na tarde desta sexta-feira, 27, durante a cerimônia de encerramento da Semana do Conhecimento UFMG 2023, presidida pela reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, o prêmio de Destaque da 32ª Semana de Iniciação Científica. Com o trabalho intitulado “Investigação para desenvolvimento de ambiente para criação de jogos sérios customizáveis por usuários finais”, sob orientação da professora do DCC Raquel Prates e coorientação da doutoranda Ana Paula de Carvalho, Rúbia participou do desenvolvimento de uma solução tecnológica que permite que profissionais de saúde criem jogos sérios customizáveis para auxiliar o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), sem que para isso precisem ter conhecimentos de programação.
Conforme a descrição do trabalho, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, acompanhados por comportamentos repetitivos e restritos. De acordo com estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a prevalência do TEA é de 1 a cada 33 crianças. Os jogos sérios são um tipo de solução tecnológica que tem sido amplamente investigada para apoiar o tratamento do TEA. Segundo Rúbia, estudos têm demonstrado que os jogos sérios contribuem de forma positiva no auxílio ao tratamento. Para que os jogos sérios possam se tornar ainda mais adequados para apoiar o tratamento, diferentes pesquisadores destacam a importância desse tipo de jogo oferecer recursos de customização. Isso porque, como os indivíduos com TEA são altamente singulares, devido às diferenças nos sintomas e dos níveis de gravidade dentro do espectro, a customização permite que os jogos sejam adaptados para atenderem às necessidades específicas de cada indivíduo, de modo que eles possam auxiliar – de forma efetiva – nas intervenções e nos tratamentos do TEA. Entretanto, grande parte dos jogos sérios não oferece recursos de customização. Nesse contexto, em um estudo em desenvolvimento, como projeto de tese no programa de Pós-graduação em Ciência de Computação da UFMG, está sendo proposto o modelo de um ambiente que permita que profissionais de saúde – de forma amigável e sem requerer conhecimentos prévios de programação – criem jogos sérios customizáveis para auxiliar o tratamento de crianças com TEA.
Desta forma, o objetivo do trabalho é auxiliar no desenvolvimento e avaliação de uma instância do modelo proposto neste projeto de tese (denominado sistema Autis), sendo desenvolvido pela doutoranda Ana Paula de Carvalho, coorientadora do trabalho de Rúbia. “O desenvolvimento do trabalho englobou as seguintes etapas: i) estudo dos requisitos do sistema Autis que foram levantados no projeto de tese; ii) levantamento e análise dos motores de jogos de código aberto existentes. Após essa análise, optou-se por desenvolver o sistema Autis, sob o motor de jogos Unity ( https://unity.com/). Como etapa final do projeto, está prevista a realização de uma avaliação do Autis com profissionais de saúde, por meio de entrevistas e observação do uso. Para isso, o projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da UFMG”, explicou.