Durante o segundo dia de comemorações do aniversário do DCC foram abordados temas ligados à inter-relação entre tecnologia e futuro. Os professores Evando Mirra (UFMG), Jayme Luiz Szwarc?ter (UFRJ), Marcelo Gattass (DI/PUC-Rio), Altigran Silva (ICOMP/UFAM), Berthier Ribeiro-Neto (UFMG/Google), Gilberto Ribeiro (CTIT/UFMG) e Nívio Ziviani (DCC/UFMG) tiveram a oportunidade de proferir falas nas quais tratam de suas experiências e de projeções que podem ser feitas acerca do futuro na área, quer em pesquisa, quer em empreendedorismo.
Durante a manhã, o Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, Evando Mirra, proferiu a palestra Os próximos 40 anos, não se limitando a fazer puras previsões acerca do futuro, mas sim prospectando, buscando nas características do presente aquilo que deve se sobressair na área nos próximos anos. O professor defende que a inovação deve ser uma das principais linhas de atuação dos profissionais de Computação, chegando a traçar uma relação entre o fomento de uma ‘cultura da inovação’; e impactos econômicos. Para Mirra, a convergência tecnológica que se instaura na área deve refletir uma sinergia de disciplinas e tecnologias.
A palestra Complexidade de Algoritmos: Os Limites da Máquina e do Ser Humano teve início com uma proposta de abordagem geral sobre a questão da complexidade dos algoritmos. Jayme Luiz Szwarc?ter, Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lembrou que os algoritmos estão presentes em todos os momentos do nosso cotidiano, mesmo naqueles instantes em que realizamos escolhas simples como qual o melhor caminho a ser tomado. Szwarc?ter apresentou problemas reais, demonstrando que algoritmos eficientes podem resolver determinados problemas, mas há outros absolutamente indecidíveis, onde nem a máquina nem o ser humano são capazes de encontrar uma solução.
A programação tecnocientífica foi encerrada com o painel Pesquisa e Inovação com Visão no Futuro, espelhando uma das principais características do Departamento: investimento em inovação. Marcelo Gattass, Diretor do Instituto Tecgraf de Desenvolvimento de Software Técnico-Científico da PUC-Rio, relatou a experiência do instituto desde a sua fundação, no final da década de 1980, para inserção no mercado de softwares, uma vez que está ligado diretamente a uma Universidade. O diretor defendeu que a inovação tem de estar presente no DNA das instituições de ensino e pesquisa. Uma das principais ações do tipo em desenvolvimento no DCC é o credenciamento do Departamento como Unidade EMBRAPII, fato destacado pelo diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica da UFMG, Gilberto Ribeiro, alegando que empreendimentos de caráter transversal como estes são fundamentais para o crescimento da Universidade a da pesquisa.
O atual momento do desenvolvimento tecnológico aponta para a ampla utilização de dados. Neste cenário, Altigran Silva defende que as experiências de inovação devem considerar a coleta e análise de dados de qualidade. O professor da Universidade Federal do Amazonas argumenta que o investimento do governo em inovação é algo imprescindível para o desenvolvimento do país. Além disso, outro ponto frágil dos investimentos em inovação está associado com o capital humano, acrescenta Berthier Ribeiro-Neto, diretor do Centro de Engenharia do Google na América Latina. Ele alega que a flexibilizar a legislação trabalhista seria um dos caminhos para incentivar a inovação no futuro. Professor Emérito do DCC e Presidente do Conselho Tecnologia da Kunumi, Nivio Ziviani encerrou as atividades da tarde apresentando sua experiência em desenvolvimento de ferramentas e startups desde a década de 1990. O professor argumenta que as empresas que nascem dentro das Universidades têm a importância de transferir conhecimento para a sociedade, criando empregos e contribuindo para o desenvolvimento da área.