por Equipe DataViva 01/09/2016
A base de dados do DataViva foi tema de projetos apresentados por alunos da disciplina Visualização de Dados, do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG. Há seis anos na grade curricular, foi a primeira vez que a aula ministrada pela professora Raquel Melo Minardi usou uma proposta comum para os trabalhos práticos. “A disciplina envolve toda a parte de concepção de projetos de visualizações e análise de dados: desde a percepção do usuário à aplicação e limitações das técnicas. Além do estudo das visualizações, o aluno deve propor um sistema interativo de análise visual de dados”, explica a professora.
Os trabalhos foram pensados em conjunto com grupo de pesquisas da Faculdade de Ciências Econômicas (FACE), que trabalha com a plataforma. O aluno de doutorado em Economia, Rafael Campos, identificou temas de interesse associados à base do DataViva, simulando o atendimento a um cliente para os estudantes. “Uma dificuldade recorrente entre os alunos é identificar o que é interessante em uma base de dados, e esse contato facilitou o processo. O DataViva trouxe uma riqueza de temas e de oportunidades de visualização”, conta Raquel Minardi. Cerca de 15 grupos trabalharam assuntos diferentes a partir das bases da ferramenta. “Eles tiveram a oportunidade de operar em um cenário mais realista. Geralmente, um projeto de computação precisa trabalhar com outras áreas, e eles puderam ouvir essas demandas”, completa a professora.
Ensino superior, exportação de café, alocação de investimentos no Brasil e a indústria automotiva nacional foram alguns dos temas entre os trabalhos finais. Os projetos foram postos à prova por avaliadores convidados, e o destaque ficou com as visualizações que se propõem a responder a pergunta: “Há diferenças entre instituições de ensino superior privadas e públicas no Brasil?”. O grupo premiado, formado pelos estudantes de pós-graduação Francisco Valério, Tatiane Guimarães, Pricila Rodrigues, Erica de Oliveira e Marcos Alves, construiu, a partir de diversas perguntas, um cenário comparativo entre o ensino público e privado no país. Para isso, utilizaram gráficos de linha, de barras, de evolução, treemap e box-plot.
“Aprendemos nas aulas que era importante guiar o trabalho a partir de perguntas, então resolvemos usar essas questões para contar uma história, com cada tipo de gráfico sendo pensado em função de cada conteúdo”, afirma Francisco Valério. Segundo a professora Raquel Minardi, deve-se ter em mente que toda visualização responde a perguntas, e a navegação reflete isso. A estudante Pricila lembra que os gráficos trazem novos elementos aos dados: “Eu estava acostuma a trabalhar com a mineração dos dados, que são crus, dispostos em tabelas. Com os gráficos, é possível enxergar o tratamento dos dados, e visualizar coisas que não são tão perceptíveis sem essa construção visual”, afirma.
Com menção honrosa entre os projetos avaliados, o trabalho desenvolvido pelos estudantes Carolina Coimbra Vieira, Celso Bernardes Silva, Mariane Fernandes de Oliveira, Patrícia Gomes da Silva e Pedro Campolina Diniz Rodrigues procura apontar indicadores e caminhos para investimentos do governo brasileiro. “Quando você se pergunta onde o governo deveria investir, surgem inúmeras possibilidades e recortes interessantes para analisar. O problema é que faltam dados ou existem dados que são complicados, porque carregam uma série de variáveis”, diz Carolina Vieira.
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