O desenvolvimento da ciência assemelha-se à formação de uma família. As orientações de mestrado e doutorado, as parcerias em grupos de pesquisa, os trabalhos escritos em cooperação, tudo faz crescer a árvore do conhecimento. A formação dos pesquisadores dá origem a árvores genealógicas acadêmicas. Pensando nisso, o professor do Departamento de Ciência da Computação e coordenador do Laboratório de Banco de Dados (LBD), Alberto Laender, deu início ao projeto Árvores Genealógicas Acadêmicas: Um Estudo sobre a Formação, Evolução e Disseminação de Grupos de Pesquisa. O projeto foi selecionado pelo Programa Professores Residentes do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e deve ser desenvolvido até julho de 2017. Também participam do projeto o professor Fabrício Benevenuto, do DCC, e os alunos Wellington Dores, Gustavo Siqueira e Elias Soares.
O projeto tem como objetivo realizar um estudo sobre a formação, evolução e disseminação dos grupos de pesquisa das mais diversas áreas do conhecimento por meio das árvores genealógicas acadêmicas. Os dados iniciais para a elaboração das árvores estão sendo coletados na Networked Digital Library of Theses and Dissertations (NDLTD), biblioteca digital que conta com dados de diversos países, incluindo o Brasil. Os trabalhos já realizados pelo professor Laender e seus colaboradores geraram 19.189 árvores, a partir de 638.812 registros de teses e dissertações (apenas 15% do total de trabalhos cadastrados na NDLTD).
No decorrer dos próximos 12 meses o projeto deve expandir o volume atual de árvores genealógicas. Os registros da NDLTD descartados em um primeiro momento, por falta de dados, devem ser reconstruídos por meio do cruzamento das informações com dados provenientes de outras fontes, como a Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por exemplo. Os resultados serão disponibilizados em uma página interativa na web, permitindo a exploração das árvores e a obtenção de estatísticas sobre elas. “Teremos uma ferramenta onde as pessoas poderão navegar pelas árvores e, se for o caso, verificar se os dados estão corretos”, acrescenta Laender.
De modo geral, o projeto tem por objetivo realizar uma análise ampla, tanto qualitativa quanto quantitativa, das árvores geradas pela pesquisa, buscando compreender o desenvolvimento dos grupos de pesquisadores nas mais diversas áreas do conhecimento, considerando que a dinâmica de pesquisa difere de uma área para outra. As pesquisas iniciais devem ser realizadas com enfoque nos pesquisadores da UFMG, facilitando a cooperação interdisciplinar com outros pesquisadores da Universidade. De acordo com Laender, “ao analisarmos tais árvores será possível entender melhor o papel dessas ‘famílias acadêmicas’ na constituição de coautorias e na formação de comunidades científicas”.
Saiba mais sobre o IEAT
O Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares é um órgão da UFMG, vinculado à Reitoria, e tem por objetivo fomentar atividades de pesquisa com características de excelência e inovação, abrangendo as mais diversas áreas do conhecimento. No Programa Professores Residentes, no qual professores da UFMG são selecionados anualmente para o desenvolvimento de projetos, já foram contemplados 38 pesquisadores. Em 2016 seis novos projetos foram selecionados.