A interação entre usuários e sistemas computacionais vem crescendo de forma expoente nos últimos anos. Uma das características da computação é a ubiquidade, de forma que ela vem se tornando cada vez mais onipresente no cotidiano das pessoas. Em bancos, supermercados, celulares, redes sociais ou universidades, todos estão conectados e em interação. As tecnologias mudaram, da mesma forma que o modo como interagirmos com elas. Neste cenário foi criado o Laboratório de Interação Humano-Computador (IHC), resultado da união de dois grupos de pesquisadores pertencentes ao Departamento de Ciência da Computação, o Laboratório de Usabilidade (GESTUS), coordenado pelo professor Clarindo Isaias Pereira da Silva e Padua, e o Núcleo de Pesquisa em Engenharia Semiótica e Interação (PENSI), coordenado pela professora Raquel Oliveira Prates, atual coordenadora, também, do IHC.
Os trabalhos desenvolvidos no âmbito do IHC buscam o desenvolvimento de métodos de avaliação e modelos de projetos de sistemas interativos, visando à qualidade da interação entre o usuário e o sistema. As pesquisas são realizadas na área da Engenharia Semiótica, percebendo a interação humano-computador, essencialmente, como uma comunicação entre quem projeta o sistema e quem com ele interage. Entre as pesquisas já realizadas, destaca-se a questão da privacidade, atrelada ao compartilhamento de informações em redes sociais. Neste caso, as decisões tomadas previamente por quem projeta o sistema têm relação com as decisões que serão tomadas em um segundo momento, pelos usuários.
Uma das pesquisas já desenvolvidas trabalhou com a criação de uma linguagem de modelagem que está voltada para o projetista, pensando em como as decisões tomadas por ele podem ter impacto ao longo do tempo de uso do sistema. Outro trabalho que se destaca em meio às pesquisas realizadas pelo IHC trata do legado digital deixado por usuários que tenham morrido. A interação com os sistemas é feita ainda quando a pessoa está viva, de forma que ela possa escolher mensagens a serem enviadas após a sua morte, por exemplo. As decisões são tomadas em um determinado momento e as repercussões são sentidas quando o usuário nem mesmo poderá ver o resultado.
O laboratório mantém pesquisas em colaboração com o Grupo de Pesquisa em Engenharia Semiótica (SERG), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e com o College of Information Systems and Technology, da Pennsylvania State University (Estados Unidos da América). Dentro do DCC, o IHC preza pela realização de parcerias com os demais laboratórios, visando o desenvolvimento de pesquisas que possibilitam que os alunos interajam com os demais campos da Computação. Neste sentido, já foram estabelecidas parceria com os Laboratórios de Jogos (J), de Visão Computacional (VeRLab), de Computação Social (LoCuS) e o e-Commerce System Performance Evaluation and Experimental Development (e-SPEED).
As avaliações são realizadas em ambientes controlados, por meio da definição de tarefas. O que é avaliado ali é a experiência real de interação entre o usuário e o sistema, buscando por problemas que acontecem de fato. Mesmo que estejamos falando de um contexto controlado, a experiência do usuário ali dentro é real. O laboratório conta hoje com cerca de 10 pesquisadores, entre docentes e discentes dos níveis de Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica. Uma das principais características do laboratório é que os alunos que já passaram pelo IHC, mesmo depois de formados, continuam colaborando com as pesquisas que ali são realizadas. O laboratório incentiva a interação e a contribuição entre os alunos, auxiliando no crescimento da área e dos pesquisadores em formação.