Laboratório Wireless Networks

O Laboratório de Wireless Networks (WiNet) foi fundado, oficialmente, no início da década de 1990, chamado originalmente de Laboratório ATM, em referência à tecnologia de comunicação de dados utilizada para interligar redes locais e metropolitanas. Contudo, os trabalhos envolvendo redes de computadores no Departamento de Ciência da Computação começaram bem antes. Durante a década de 1970, por exemplo, ainda na Divisão de Tecnologia do chamado Centro de Computação, professores que depois vieram a fazer parte do laboratório desenvolviam projetos, especialmente, na área de hardware.

Um dos projetos de maior relevância para a história da computação na UFMG e no Brasil, desenvolvido ainda na década de 1970, foi o Terminal Gráfico de Exibição, o TIGRE. Profissionais que hoje fazem parte do quadro de pesquisadores do WiNet participaram da construção daquela máquina. Por conta dos trabalhos que já vinham sendo desenvolvidos, vários professores do departamento foram agregados pelo laboratório, como é o caso do professor Newton Alberto de Castilho Lages, um dos pioneiros na área de redes de computadores no Brasil e que hoje dá nome ao Núcleo de Memória do DCC.

Os primeiros trabalhos realizados no Laboratório ATM envolviam outras instituições e tinham o objetivo de estruturar uma rede metropolitana óptica em Belo Horizonte, interligando, especialmente, instituições de pesquisa. Seguindo as tendências na área de redes, entre os anos de 1991 e 2001, os pesquisadores do laboratório participaram de um projeto em supervisão de sistemas de telecomunicações, em parceria com o Laboratório de Redes. O projeto, mesclando um caráter acadêmico com prático, deu origem a um produto utilizado ainda hoje na área de telecomunicações e contribuiu com a formação de cerca de 20 pesquisadores, entre mestrandos e doutorandos.

Com o desenvolvimento das tecnologias de redes, chegando às redes de sensores sem fio, o laboratório começa a abranger pesquisas nesta área, o que justifica a mudança de nome. Os trabalhos realizados no WiNet nesta área foram pioneiros. Vale destaca que as atividades não estão voltadas exclusivamente para redes sem fio, mas é notável a importância que a área vem tomando frente aos novos pesquisadores que chegam ao laboratório.

Atualmente, são desenvolvidos trabalhos na área de supervisão de linhas de transmissão de energia elétrica, a partir da projeção dos sensores e da rede, além daqueles que têm como foco redes inteligentes e veiculares. Um outro exemplo de atividade atual é o Projeto Futebol, em parceria com instituições brasileiras e da União Europeia, na área de convergência do mundo wireless. As parcerias internacionais do WiNet são realizadas, ainda, com França, Argentina, Irlanda, Portugal e Inglaterra.

Uma das principais frentes de trabalho abordada pelos pesquisadores do WiNet, hoje, é a Internet das Coisas (IoT), na qual os objetos possuem uma capacidade de comunicação, podendo receber ou fornecer dados, o que pode ser controlado de forma remota. Redes definidas por software, por exemplo, é uma outra linha de pesquisa: os componentes das redes agora são vistos como autoprogramáveis, onde as funções podem ser definidas por meio de softwares.

Nestes mais de 20 anos de história, uma das premissas dos professores que estão envolvidos nos trabalhos realizados no WiNet continua sendo a mesma: contribuir para a formação de recursos humanos na área da Computação, formando profissionais que vão fazer parte do mercado e das universidades.