Na última semana de outubro, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu o XVII Congresso Brasileiro de Inteligência Computacional (CBIC 2025), um dos principais eventos científicos da área no país. Realizado em conjunto com a Escola Brasileira de Inteligência Computacional (EBIC), o congresso reuniu 310 participantes — entre pesquisadores, professores, estudantes e profissionais — consolidando Minas Gerais como um dos centros de referência em Inteligência Computacional (IC) no Brasil.
Organizado pelo professor Frederido Gadelha Guimarães, do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, pelo professor Danton Diego Ferreira, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e com o apoio do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), o CBIC 2025 marcou uma edição histórica, que refletiu o amadurecimento da área e o fortalecimento da comunidade científica nacional. O evento contou com 841 autores, 280 revisores e 224 trabalhos aceitos, incluindo 6 teses selecionadas para o Concurso de Teses em IC.
Durante os quatro dias, o público acompanhou 36 sessões temáticas, totalizando 57 horas de apresentações orais — sem nenhum “no show”. A programação também incluiu sete minicursos técnicos, um minicurso da NVIDIA, duas aulas temáticas promovidas pela Localiza, além de um workshop sobre agentes de IA oferecido pela AWS e outro voltado ao Concurso de Teses.
O evento trouxe ainda seis palestras plenárias com especialistas renomados e dois painéis de destaque: o Painel de Inovação nos Territórios de Minas Gerais, organizado pelo IFMG, e o Painel de IA em Negócios, que reuniu Reinaldo Sima (CTO da MRV), Bruno Santos (Diretor de Tecnologia da Localiza) e Tiago Machado (Diretor de Engenharia do Banco Inter), discutindo os impactos práticos da Inteligência Artificial no setor produtivo.
Em paralelo ao congresso, a EBIC 2025 promoveu palestras e tutoriais gratuitos voltados a estudantes de graduação e pós-graduação, com o objetivo de democratizar o conhecimento e estimular novas gerações de pesquisadores. Especialistas do Brasil e do exterior ministraram atividades introdutórias e avançadas em temas como aprendizado de máquina, redes neurais, sistemas fuzzy e computação evolutiva.
Com três décadas de história, o CBIC é o sucessor do antigo Congresso Brasileiro de Redes Neurais (CBRN), criado em 1994, e que teve origem no Workshop Nacional em Redes Neuronais (WNRN), realizado em 1992 no Rio de Janeiro. Desde então, o evento expandiu seu escopo, acompanhando a evolução da área para englobar subcampos como aprendizado profundo, algoritmos genéticos, sistemas bioinspirados e otimização metaheurística.
Diversas cidades já sediaram o congresso — de Porto de Galinhas a Belém, passando por Curitiba, Joinville, Niterói e Salvador —, sempre com o propósito de descentralizar e fortalecer a pesquisa em Inteligência Computacional no Brasil.
O CBIC 2025 contou com o apoio e patrocínio de NVIDIA, KUNUMI, LOCALIZA, MCTI e RNP, reforçando a integração entre o setor acadêmico, a indústria e o poder público.
O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Inteligência Computacional (SBIC), entidade sem fins lucrativos que há mais de 30 anos atua para fomentar o avanço científico e tecnológico da área no país.










