O Google aprendeu a falar

O site agora conversa com as pessoas. Isso melhora a interação, mas desperta receios sobre até onde é saudável a aproximação de humanos e máquinas

Filipe Vilicic, com reportagem de Jennifer Ann Thomas

TIME DA CASA - Para criar o recurso, os engenheiros Bruno Pôssas e Berthier Ribeiro-Neto coordenaram, do Brasil, equipes do Google de vários países (Leo Drumond/Hitro)

TIME DA CASA – Para criar o recurso, os engenheiros Bruno Pôssas e Berthier Ribeiro-Neto coordenaram, do Brasil, equipes do Google de vários países (Leo Drumond/Hitro)

Até os anos 70, era preciso configurar pequenos cartões cheios de furos, os punched cards, para passar instruções a computadores. Quando o teclado e o mouse foram acoplados aos PCs e Macs pessoais, obra da dupla Steve Jobs e Steve Wozniak, a navegação foi simplificada, acelerando a popularização desses aparelhos. Na última década, com inovações como a Siri, o programa de reconhecimento de voz do iPhone, a interação com as máquinas entrou em nova era. É uma fase na qual a comunicação com computadores é cada vez mais similar à forma como falamos uns com os outros.

A evolução chegou a outro patamar com uma novidade lançada pelo Google: agora, o site de buscas, além de outros produtos da empresa, como o Maps, de geolocalização, fala com os usuários. Mas não se trata daquela conversa de uma via, como é o monólogo com a Siri, que entende instruções limitadas e raramente dá a resposta certa ao que se pede. É possível perguntar ao Google algo como “vai chover amanhã?”, ou “qual é a escalação da seleção brasileira?”, ou ainda realizar comandos, a exemplo de “me leve para casa”. E o site responde, dizendo “vai chover amanhã”, “segue a escalação do Brasil” e “traçando rota para a sua casa, a viagem demorará trinta minutos”. É o mais próximo que já se chegou de bater um papo com o computador.

Acesso por PERFIL

Pular para o conteúdo