Alento nas redes

O estudo mostra que a expressão de sentimentos dos usuários dessas comunidades efetivamente mudou ao longo do tempo e que, em 68% dos casos, essa mudança foi para melhor, um indício, segundo Bárbara Silveira, de que “o apoio e incentivo entre usuários dessas comunidades são eficazes para melhoria das condições da saúde mental de seus participantes”. Ao longo do período estudado, o tom emocional dos participantes mudou para melhor em todas as comunidades. “O tom emocional do último comentário feito pelos autores dos posts nas threads [fios de conversas que se encadeiam em linhas do tempo nas redes sociais] foi melhor que o tom emocional de sua mensagem inicial em 62,3% dos casos no Bipolar, em 67% dos casos no Depression, em 71% dos casos no SuicideWatch e em 71,8% dos casos no Anxiety. Isso mostra que os usuários tendem a melhorar seu humor, ou ao menos a sua expressão de humor, dentro da árvore de discussão”, explica Bárbara Silveira.

Para entender como as interações feitas por meio de posts e comentários nas redes sociais contribuem para a alteração do “tom emocional” de seus usuários, a pesquisadora de ciência da computação Bárbara Silveira Fraga traçou a caracterização dos usuários de quatro grandes comunidades (Depression, SuicideWatch, Anxiety e Bipolar) do site de fóruns Reddit  – rede social que conta com mais de 300 milhões de usuários ativos por mês – e analisou a evolução do tom emocional de seus posts e comentários de 2010 a 2017. O trabalho foi apresentado como dissertação de mestrado no fim do ano passado no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação da UFMG. 

 

Dissertação: Caracterização e previsão do tom emocional dos usuários das comunidades on-line de transtornos mentais
Pesquisadora: Bárbara Silveira Fraga
Orientadora: Ana Paula Couto da Silva
Coorientador: Fabrício Murai Ferreira
Defesa: 8/11/2019, no Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC), do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG

 

Veja a reportagem completa de Ewerton Martins Ribeiro para o Boletim UFMG no link abaixo.

 

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