A empresa Cyral financiará mestrando do Laboratório de Compiladores

O programa de pós-graduação em ciência da computação recebeu uma doação da empresa Cyral (https://www.cyral.com/). Trata-se de uma start-up no ramo de segurança computacional, com sede no Vale do Silício, EUA. A doação irá financiar o estudante de mestrado João Saffran por dois anos. João estará trabalhando no Laboratório de Compiladores do DCC (http://lac.dcc.ufmg.br/). Fernando Pereira, que coordena o laboratório, acredita que a doação venha a ser o início de uma longa cooperação, que trará para o grupo de compiladores idéias de pesquisa mais afinadas com os interesses da indústria de software. Além disso, esse tipo de parceria dará a nossos estudantes a oportunidade de interagir com uma companhia que desenvolve tecnologia de ponta. Parcerias anteriores, entre o Laboratório de Compiladores e a indústria, já levaram a criação de ferramentas muito úteis, como o InspectorJ (http://cuda.dcc.ufmg.br/inspectorj/), usado pela Prodemge, ou DawnCC, usado pela LG Electronics (http://cuda.dcc.ufmg.br/dawn/).

Srinivas Vadlamani, CTO da Cyral, respondeu algumas questões relacionadas à cooperação:

[Q] Porque a Cyral está interessada em promover a pesquisa no Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais?
- O interesse inicial partiu de Manav Mital, CEO da empresa. Ele conhecia Fernando da época em que estudava na UCLA. Depois de conversar com Fernando, ele percebeu o potencial dos estudantes brasileiros. Nós já entrevistamos alguns estudantes da UFMG desde então. Esses rapazes têm um conhecimento muito bom de ciência da computação, são criativos e trabalham duro. Essa cooperação vai nos dar a oportunidade de estar em contato com essa turma, e com os profissionais que trabalham na UFMG. Essa conexão com uma das maiores universidades brasileiras tem tudo a ver com os interesses da Cyral.

[Q] Como funciona a doação? Quais são os requerimentos da Cyral?
A doação é exatamente isso: uma doação. Não há requerimentos formais atrelados a ela. Na prática, a gente somente define a linha geral de pesquisa que deve ser seguida. Os estudantes são livres para publicar o que descobrirem. Antes de publicarem artigos, eles nos mostram os resultados. Isso, é claro, não impede a publicação, mas nos dá uma vantagem de tempo sobre outras empresas. O mundo de tecnologia é muito competitivo, e mudanças acontecem muito rápido. O fato de podermos conhecer novas tecnologias um pouco antes da competição é uma grande vantagem para a gente. O estudante que patrocinamos na UFMG nos envia relatórios regulares sobre seu projeto, assim, a gente fica por dentro do que ele está fazendo.

[Q] E que tipo de projeto vocês estão financiando no departamento?
Somos uma empresa de segurança de software. Assim, a gente está interessado em projetos que levem a tecnologias que possam ser usada para proteger dados. Idealmente, gostaríamos de incorporar esse tipo de tecnologia em nossos produtos. Os alunos, é claro, não vão implementar esses produtos. Em vez disso, eles vão explorar idéias mais arrojadas, que não teríamos nem tempo, nem mão de obra para analisar. O aluno e seu orientador são livres para definir os objetivos de pesquisa. Nossa esperança é que esses objetivos possam, ainda que bem indiretamente, serem úteis para nós. Exemplos de tecnologias que nos interessam incluem meios de reduzir o custo de interferir no ambiente de execução de programas, ou técnicas que detectem que tipo de informação sigilosa pode vazar de um programa.

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