A criação de uma criptomoeda para estimular a reciclagem de resíduos domésticos é a proposta de uma pesquisa em andamento na disciplina Empreendedorismo em Informática, do Departamento de Ciência da Computação (DCC). Um grupo de quatro alunos de graduação está coletando dados, via formulário eletrônico, para verificar a viabilidade de uma coleta seletiva residencial acionada pelos usuários, por meio de um aplicativo.
Enviado inicialmente a todos os integrantes da comunidade acadêmica da UFMG, o questionário foi elaborado com o objetivo de compreender hábitos e escolhas relacionados à reciclagem e fazer uma estimativa da quantidade de lixo descartável que cada pessoa produz por semana e da viabilidade de programar coletas por regiões de Belo Horizonte. Até o fim do semestre, o grupo precisa elaborar um produto mínimo viável, que se revele sustentável ou não. O questionário pode ser acessado até este domingo, 27.
“Temos a impressão de que há demanda para esse tipo de serviço. Por isso estamos, na fase inicial, solicitando que as pessoas respondam ao questionário”, afirma o estudante Hérico Gonçalves Valiati, do oitavo período de Ciência da Computação que realiza a pesquisa com os colegas Tamyles Avelino da Cunha, Davi Simões Doro Pereira e Pedro Otávio de Campos Andrade, respectivamente dos cursos de Turismo, Engenharia de Produção e Relações Econômicas Internacionais.
O projeto tem como meta desenvolver aplicativo para unir geradores, catadores e receptores de material reciclável. A intenção é de que o gerador de lixo receba incentivos financeiros para disponibilizar seus resíduos recicláveis, como garrafas pet, latinhas, papelão e garrafas de vidro. Desse modo, os catadores terão à sua disposição mais resíduos, o que pode reduzir tempo e aumentar a produtividade e o ganho.
“Com toda a logística implementada, os receptores poderão também solicitar os materiais recicláveis que são interessantes para seu negócio, o que fará a demanda aumentar e, consequentemente, resultará em maior recompensa financeira para geradores e catadores de resíduos recicláveis”, prevê o projeto.
Também está prevista a criação de uma criptomoeda própria, que seria registrada em blockchain, espécie de livro contábil público que assinala transações de forma distribuída. “A concessão de Recycoins a quem reciclar seu lixo será registrado nesse livro, o que garantirá consenso, confiança e, consequentemente, escalabilidade da solução”, explica Hérico Valiati.
Mais informações estão disponíveis na página do projeto.