Inteligência artificial

Luiz Chaimowicz*

Embora a Inteligência Artificial (IA) seja estudada, no meio acadêmico, desde meados do século passado, é nos últimos anos que ela tem ganhado muita repercussão na sociedade. Com o aumento da capacidade de processamento dos computadores, somado ao avanço dos algoritmos e à grande disponibilidade de dados, a inteligência artificial tem sido aplicada nas mais diversas áreas. Hoje em dia, sistemas inteligentes são capazes de, por exemplo, interpretar imagens, guiar carros autônomos, recomendar filmes, aplicar na bolsa de valores, postar notícias em redes sociais e derrotar seres humanos em diferentes jogos. 

O que tais tipos de sistema têm em comum? Primeiramente, são sistemas capazes de tomar decisões de forma autônoma, ou seja, com base em dados de entrada e de eventual conhecimento prévio, os algoritmos de inteligência artificial são capazes de realizar diferentes processos de inferência e desenvolver ações sem a intervenção humana. Outra característica importante é a capacidade de aprendizado. Em geral, os sistemas de IA são capazes de alterar a sua forma de raciocinar e agir, aprendendo por meio de exemplos ou de reforços positivos e, com isso, adaptar-se dinamicamente a mudanças no ambiente no qual estão inseridos. Por fim, em alguns casos, esses sistemas devem apresentar um “comportamento humano”, ou seja, raciocinar e agir à semelhança dos seres humanos. 

Essa última característica vem desafiando os pesquisadores desde que Alan Turing propôs, em 1950, o teste que ficou conhecido como “Teste de Turing”. Em linhas gerais, o objetivo é verificar se uma máquina é capaz de exibir um comportamento inteligente, equivalente ou indistinguível do comportamento do ser humano. Até hoje, nenhuma máquina conseguiu passar no Teste de Turing. Apesar de desempenharem diversas tarefas específicas de forma superior à do ser humano, os algoritmos de inteligência artificial ainda não possuem habilidades cognitivas equivalentes às do ser humano em seu dia a dia. A pergunta que fica: será que algum dia alcançaremos a tão sonhada e temida singularidade? 

*Professor associado do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG

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