Os programas feitos para celular estão cada vez mais complexos e muitos acabam exigindo mais do processamento dos aparelhos. Agora, imagine se os aplicativos fossem capazes de detectar sozinhos quando é preciso diminuir seu próprio consumo de energia. Um projeto de pesquisa realizado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) tem investido seus esforços nessa solução. Segundo o professor Fernando Magno Quintão Pereira, projeto visa exatamente exatamente reduzir o consumo de energia de aplicativos, de modo geral.
O protótipo, que está sendo desenvolvido junto a outros dois estudantes da universidade, usa a capacidade de aprendizado da máquina para que no futuro ela consiga se adaptar a diferentes realidades.
“É um jeito de mudar a frequência dos processadores que serve, por exemplo, para economizar bateira. É fazer o sistema identificar os momentos em que ele pode gastar menos energia para executar um comando”, explicou.
“Imagina você digitando no WhatsApp. O processamento disso é muito rápido. Entre uma letra e outra o sistema consegue identificar que ali [nesse curtíssimo espaço de tempo] ele pode consumir menos energia e em seguida voltar ao normal”, acrescentou o professor.
Diante da iniciativa, o projeto foi premiado na última quinta-feira (24) pelo Google no Lara (Latin America Research Awards), um programa de bolsa de estudos da empresa voltado para pesquisas que envolvem ciência da computação na América Latina.
O estudante de mestrado Junio Cezar Ribeiro da Silva, que participa do projeto com o colega Marcelo Novaes, acredita que usar a tecnologia em pesquisas acadêmicas tem tudo para dar certo. Além disso, a experiência dentro da universidade pode contribuir bastante para a atuação dos estudantes no mercado de trabalho, em geral.
“O bacana da pesquisa é que não tem limite. Os únicos [obstáculos] são a criatividade e as leis matemáticas”, brincou o professor Pereira.