O Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da UFMG foi avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), uma fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que atua na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados brasileiros, e novamente se manteve como um dos melhores programas do Brasil, recebendo a nota máxima na avaliação realizada. “Recebemos a notícia com muita alegria e satisfação, tal feito já se mantém há 12 anos, despendendo muita dedicação de todos os envolvidos: discentes, docentes e equipe técnica-administrativa“, afirmou o coordenador do PPGCC e professor do Departamento de Ciências da Computação da UFMG, William Robson Schwartz.
Atualmente, o Programa possui uma área de concentração e sete linhas de pesquisa, sendo: Sistemas de Computação; Engenharia de Software e Linguagens de Programação; Gerenciamento de Dados e Informação; Robótica, Visão Computacional e Processamento Gráfico; Inteligência Artificial; Otimização e Teoria. De acordo com a CAPES, tanto os objetivos do programa como o perfil dos egressos, incluindo suas habilidades e competências, estão claros e alinhados com a estrutura curricular e, no último quadriênio, o Programa ofereceu um amplo conjunto de disciplinas, com muito boa adequação às sete linhas de pesquisa.
Para manter o alto nível, o Programa possui um núcleo básico de disciplinas, que é constituído por Projeto e Análise de Algoritmos, Teoria da Computação e Arquitetura de Computadores. Além disso, os docentes participaram de cerca de 150 projetos de pesquisa no quadriênio avaliado, financiados pelos órgãos de fomento CNPq, FAPEMIG, Capes, Finep e FAPESP. Há também projetos cofinanciados pela União Europeia, bem como por empresas multinacionais. De acordo com a CAPES, o Programa conta com uma infraestrutura excelente, contendo mais de 25 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. Também possui Biblioteca de Pós-graduação do Instituto de Ciências Exatas e conta com um acervo de aproximadamente 20 mil títulos, além do acesso remoto a materiais bibliográficos. Os 59 professores que compõem o Programa têm formação diversificada em Ciência da Computação e áreas afins, com 50% formados em universidades do exterior, e 78% possuem bolsa de produtividade do CNPq. Ao mesmo tempo, os docentes do Programa participam de centenas de Comitês de Programa de conferências nacionais e internacionais, e de dezenas de comitês editoriais de periódicos, tendo, inclusive, docentes membros titulares e afiliados da Academia Brasileira de Ciências.
O PPGCC, somente neste quadriênio avaliado pela CAPES, formou 228 mestres e 60 doutores, sendo que vários deles receberam prêmios, destaque ou menção honrosa em concursos de artigos, dissertações ou teses, nacionais ou internacionais de grande relevância. Com alta qualidade de pesquisa e produção intelectual e alto volume de produção, de acordo com a análise de periódicos e conferências realizada pela CAPES, o Programa está entre os 10% mais produtivos da área. “No quadriênio, o programa contou com mais de 50 artigos que receberam prêmios de melhor artigo ou menção honrosa em conferências, tanto internacionais como nacionais. O corpo docente possui alto envolvimento em relação às atividades de formação. No quadriênio, 95% dos docentes (55 em 58) atuaram nas três atividades (ensino, orientação e projetos). No que se refere à disciplinas, a oferta totalizou 240 turmas no período a que se refere este relatório, com uma média de 30 turmas ofertadas por semestre. O corpo docente possui também grande atuação na graduação. Por exemplo, durante o ano de 2020, foram implementadas 156 bolsas de iniciação científica. Outra atividade integrada entre graduação e pós-graduação é a participação em competições de programação, como o ICPC (International Collegiate Programming Contest), representada nacionalmente pela Maratona de Programação da SBC e, no âmbito estadual, pela Maratona Mineira de Programação. Desde 2017, ano a ano, as equipes do DCC/UFMG, treinadas por docentes do programa, vêm alcançando melhores resultados”, afirma relatório da CAPES.
Em trabalho junto às empresas, o PPGCC depositou, nos últimos quatro anos, patentes nacionais e internacionais com empresas multinacionais. Além disso, desenvolveu métodos/softwares para operação remota de equipamentos nas áreas de mineração, monitoramento aéreo, vigilância em plataforma de exploração de petróleo, mineração de dados para agronegócio, dentre outros. “As produções técnicas destacadas contém bases de dados, produtos patenteáveis e softwares. Três dos produtos patenteáveis foram desenvolvidos em parcerias com grandes empresas, dois dos softwares estão ligados ao mapeamento da comunidade acadêmica e de sua produção científica, dois deles facilitam o desenvolvimento de softwares por programadores e para computadores quânticos, e um para cálculo automático do ICMS que é utilizado pela Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas. Entre as bases de dados, destaca-se a base de dados de mensagens de grupos públicos do WhatsApp com a checagem de “fake news”. Diversos professores e alunos do programa criaram startups e empresas de sucesso, principalmente na área de mineração de dados. Também destacam-se os projetos com impacto social: BitGirls, que visa atrair mulheres para a computação; Eleições Sem Fake, que visa detectar fake News em campanhas eleitorais; INCT InWeb, com o portal Ciência Brasil e o Observatório da Web. Além desses, destacam-se os projetos na área da saúde e proteção ambiental: PartiuDoarSangue, Observatório da Dengue, Plataforma Brumadinho UFMG e projetos na área de COVID-19. Já como projeto de impacto econômico, o programa integra uma unidade Embrapii (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), na área de Sistemas Ciberfísicos. O programa também executou ações para a educação básica com destaque em duas frentes: na atração de meninas para os cursos de Ciências Exatas, mais especificamente Computação, e nas revisões do currículo do ensino básico e na realização de ações para o desenvolvimento do pensamento computacional”, descreve o relatório da CAPES.
Com alta inserção internacional, nacional e regional, o Programa possui uma grande rede de colaborações internacionais, com universidades de ponta dos Estados Unidos (e.g. Stanford, CMU, UCB) e diversas universidades canadenses, francesas e argentinas, dentre outras. Desta forma, foram realizadas cotutelas com universidades do Canadá, Itália, França e Bélgica. No âmbito de colaboração nacional, o programa realizou Mestrado Interinstitucional com a Universidade Federal do Amazonas e a Universidade Federal de Lavras e Doutorado Interinstitucional com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Ainda de acordo com o relatório de avaliação da CAPES, o PPGCC se destaca, e muito, nas defesas de teses e dissertações em inglês, algumas com participação de membros estrangeiros nas bancas e com percentuais superiores a 75%, o colocando muito acima da média dos programas da área, que é de menos de 35%. Já o percentual de dissertações em inglês novamente bem acima da média de outros programas, batendo quase 50%. Isto traz grande reconhecimento ao PPGCC, sendo destaque internacional e reconhecido como o melhor Programa na LATAM pelo CSRankings.
Segundo o vice-coordenador do PPGCC e também professor do DCC/UFMG, Omar Paranaiba Vilela Neto, o reconhecimento do Programa pela CAPES como nível 7 mostra o altíssimo nível da pós-graduação e, consequentemente, das pesquisas científicas desenvolvidas no departamento. “Temos um programa de qualidade internacional e que se equipara aos melhores programas oferecidos no país e no exterior. Estamos mantendo esse nível há mais de uma década, não é atoa que muitos dos nossos egressos acabam por atuar em empresas e universidades, do país e do exterior, desenvolvendo o conhecimento, como pesquisas e a indústria nacional e internacional de alta tecnologia”, afirmou.
Na mesma semana em que houve o resultado da CAPES, saiu o resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), trazendo, também, a nota máxima para os cursos Bacharelado em Ciência da Computação e Sistemas de Informação, sendo o primeiro lugar e segundo lugares no Brasil, respectivamente. “Foi uma alegria dupla, somos excelência na graduação e na pós-graduação. Nossas notas nos dois cursos da graduação são as melhores do país. Temos um departamento muito atuante no desenvolvimento de pesquisa e na parte de PDI (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), por isso, também, somos credenciados há vários anos também como uma Unidade Embrapii. Podemos dizer que os três níveis do departamento são de excelência, a graduação, a pós-graduação e a interação com a indústria, nossa engrenagem é muito bem afiada e funciona perfeitamente. Não apenas ensinamos, mas, através do ensino, produzimos conhecimento de fato por meio das pesquisas científicas e aplicamos esse conhecimento desenvolvido para o incremento da indústria nacional. Isso é algo extremamente raro no Brasil e é essa interação entre os três níveis que faz com que tenhamos grande sucesso”, conclui orgulhoso.